A juiza substituta da 1ª Vara Criminal de Londrina, Deborah Penna, concedeu liberdade a José Lincoln Betetto Santana, acusado pela Polícia Civil de assassinar, no dia 10 de março de 2016, o travesti Luiz Antônio da Silva em um hotel localizado no centro da cidade. O corpo foi encontrado debaixo da cama e amarrado por cobertas. O forte cheiro chamou atenção de um funcionário que trabalhava no estabelecimento. Santana foi preso em janeiro deste ano em Curitiba por policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da 10ª Subdivisão Policial de Londrina.
Mesmo solto, o investigado terá que cumprir com algumas obrigações, como não mudar de endereço sem prévia autorização, comparecer quinzenalmente ao Creslon para justificar suas atividades, ser monitorado por tornozeleira eletrônica, não entrar em contato com testemunhas do processo e não ausentar-se de Londrina sem permissão judicial por mais de 10 dias. Na decisão, a juíza argumento que "houve o relaxamento da prisão preventiva porque, até o presente momento, transcorrido quase cinco meses de sua prisão, o inquérito policial não foi concluído".
"A manutenção da custódia do denunciado não mais se justifica, visto o excesso de prazo nas investigações preliminares". A prisão preventiva de Santana foi decretada pelo juiz Marcos Caires Luz dias depois dele ser detido na capital paranaense. Desde o início das investigações, ele reafirma que é inocente. "As provas colhidas até agora pela Polícia Civil são frágeis. Por exemplo, não há como provar que ele fugiu para Curitiba depois do homicídio. Santana foi para a cidade em busca de emprego", disse o advogado de defesa, Eduardo Fabbri Harrich.
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Ele também questionou o local onde Santana foi preso pelos investigadores da DHPP. "A detenção ocorreu na rua Pedro Ivo, mesma região onde há uma delegacia por perto. Você acredita que uma pessoa, sabendo que está sendo procurada pela policia, agiria dessa forma? Obviamente que não. Além disso, ele não sabia que a Justiça havia expedido um mandado de prisão", comentou.
O advogado também reforçou que Santana nunca teve contato com o travesti. "Nunca viu, não tem noção de quem seja. Essa afirmação de que ele conhecia a vítima é totalmente falsa". A Polícia Civil tem outras considerações sobre o fato e se baseia em depoimentos colhidos no local do crime. Um morador afirmou aos investigadores que Santana foi visto com uma máquina de serrar madeira, que teria sido usada para esquartejar Luiz Antônio da Silva. A mesma pessoa também disse que o acusado saiu do hotel com uma mochila nas costas e cabelos raspados 24 horas após o homicídio.