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Mães perdem seus bebês para as drogas

Carolina Avansini - Folha de Londrina
16 set 2009 às 09:19

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A dependência das drogas pode ser mais forte que sentimentos considerados inabaláveis, como o amor incondicional e o vínculo que une mães e filhos. Em Londrina, apenas na Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, pelo menos dez recém-nascidos filhos de mães usuárias de drogas foram encaminhados mensalmente à Vara da Infância e Juventude ou ao Conselho Tutelar em 2009, por correrem riscos de serem negligenciados pelas próprias genitoras após a alta do parto.

Sono excessivo, falta de documentos pessoais, ausência do cartão de pré-natal das Unidades Básicas de Saúde (UBS), rejeição do bebê, ansiedade, comportamento exagerado e ''teatral'' com relação aos cuidados da criança e até mesmo o cheiro característico do crack são alguns dos sinais observados pela equipe de psicologia e assistência social que podem evidenciar, na mãe, a condição de usuária de drogas.

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Após o nascimento, a saúde do bebê também é indicativo do vício. A pediatra e neotalogista Cristina Mara da Silva, que atende na maternidade, esclareceu que as crianças apresentam problemas de baixo peso por desnutrição aguda, doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, gonorreia ou aids e, em casos extremos, sintomas de crise de abstinência pela falta da droga, caracterizadas por choro excessivo, irritabilidade e tremores.

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A maioria dos problemas, segundo ela, é resolvida com acompanhamento médico. Somente no caso de dependências crônicas é que observa-se a atrofia cerebral que compromete o desenvolvimento do bebê. ''De qualquer maneira, são crianças extremamente agredidas.''

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A assistente social Luciana Mazzarotto Negrini Cortez e a psicóloga Lisnéia Rampazzo, ambas da Maternidade Municipal, explicaram que os sintomas da mãe e do bebê também podem indicar outras dificuldades, como gravidez na adolescência, tristeza materna ou mesmo pobreza. ''Por isso, quando suspeitamos de dependência química, fazemos uma investigação mais aprofundada'', esclareceu Luciana.


Se o diagnóstico é confirmado, a assistente social entra em contato com familiares da mãe para saber se têm intenção de cuidar da criança. Ao assumirem a responsabilidade, os parentes são acompanhados pelo Conselho Tutelar para garantir a proteção necessária ao bebê.

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Se a família rejeita a criança, a solução é o abrigamento em instituições e encaminhamento para a adoção. De acordo com a promotora da Vara da Infância e Juventude, Edina Maria de Paula, a única possibilidade da mãe manter a guarda do filho é o ingresso em programas de reabilitação. ''Normalmente elas não dão conta de fazer o tratamento. São pessoas que não têm sonhos, vivem apenas o imediatismo do uso das drogas', afirmou.


A promotora lembra que os casos de abandono são reincidentes. ''A família acolhe o primeiro e o segundo bebê. Quando nascem outras crianças, não querem mais saber'', lamenta, acrescentando que a maioria das mães dependentes químicas não possui vínculo familiar e apresenta histórico de vários filhos rejeitados.

Luciana ressaltou que, neste ano, apenas uma usuária de drogas identificada pela equipe da maternidade aceitou o abrigamento para poder ficar com o filho. A grande maioria demonstra intenção de abandonar o vício e encara o bebê como uma ''salvação''. Pouco tempo após a alta, entretanto, sucumbem novamente às ruas e às drogas.


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