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Evitando sofrimentos

Mulher pede que médicos retirem útero de filha deficiente

BBC Brasil
08 out 2007 às 19:57

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A mãe de uma adolescente britânica que sofre de paralisia cerebral pediu aos médicos que retirem o útero da filha para que ela não sofra com os sintomas da menstruação.

Alison Thorpe diz que a filha Katie, de 15 anos, ficaria confusa com os sangramentos mensais e sofreria com as conseqüencias de sintomas como alterações de humor e cólicas.

Os médicos agora estão esperando aprovação da Justiça para seguirem com a operação.

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Se aprovada, esta será a primeira histerctomia – cirurgia para retirada do útero –realizada na Grã-Bretanha sem razões médicas.

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A mãe da adolescente argumenta que a operação vai evitar um "sofrimento desnecessário" para a filha deficiente.

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"Tudo o que estamos tentando fazer é melhorar a qualidade de vida da Katie", diz Alison.


"Se for impedida de menstruar, ela poderá aproveitar a vida sem os sintomas da menstruação, como as alterações de humor, cólicas, desconforto e o constrangimento".

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"Ela não vai se casar e não terá filhos. Katie não será uma adulta normal", argumenta.


Críticas - Alison ressalta que "não está advogando em prol de uma política que seja aplicada para todos os deficientes".

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"Eu entendo que isto não é para todos e não estou dizendo que deveria", disse, reafirmando, no entanto, que está convencida de que esta é a decisão mais certa no caso de Katie.


Segundo Alison, se a filha menstruar, não será capaz de pedir ajuda ou expressar o que está sentindo.

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A iniciativa, no entanto, provocou críticas de uma instituição de caridade dedicada a deficientes. Andy Rickell, diretor-executivo da Scope, disse que a operação poderia ter implicações "perturbadoras" para outras pessoas na mesma situação.


Rickell reconheceu que a família de Katie enfrenta uma situação difícil ao ter de lidar com uma adolescente deficiente, mas questionou os problemas éticos que podem ser gerados por causa de uma cirurgia desnecessária em uma pessoa que não pode dar seu consentimento.

"É muito difícil saber se este tipo de operação invasiva, que não tem urgência médica e será dolorosa e traumática, será do interesse de Katie", questiona Rickell.


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