A namorada do coronel reformado da PM e deputado estadual, Ubiratan Guimarães, a advogada Carla Cepollina, deixou o apartamento dele cerca de uma hora depois de vizinhos ouvirem o disparo que matou o coronel.
Segundo o Terra, o barulho do tiro foi ouvido por uma vizinha entre 19h e 19h30 de sábado (09), enquanto a namorada do coronel deixou o apartamento por volta das 20h30. O corpo de Guimarães foi encontrado no domingo (10) com um tiro no abdômen e envolto em uma toalha.
Segundo apuração do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), à qual o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, o casal chegou ao apartamento por volta das 18h. Cerca de uma hora depois, Guimarães enviou mensagem de texto para a delegada federal Renata Madi, perguntando onde ela estava, para ela responder em seguida que já ligava. O telefonema de Renata, que se disse "amiga" do coronel, ocorreu sete minutos depois.
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De acordo com as investigações, Carla atendeu o telefone e o passou a Ubiratan. Renata perguntou se ele tinha enviado a mensagem, e o militar negou - segundo depoimento da delegada à Polícia Federal do Pará.
Uma das hipóteses investigada é a de que Carla e Ubitatan discutiram após o telefonema, supostamente devido a uma crise de ciúmes da advogada.
Entre o primeiro telefonema de Renata e a saída de Carla, a delegada disse ter ligado novamente para Ubiratan às 20h05, desta vez para o telefone fixo. Na ocasião, disse à PF, Carla atendeu e disse que Ubiratan não poderia atender porque ambos estavam discutindo. Em seguida, teria colocado o aparelho ao lado de um sistema de som, com volume alto, e a conversa não teria sido mais possível, de acordo co Renata Madi.
Renata diz ter ligado mais vezes para Ubiratan, quando o coronel já estaria morto. Por conta disso, a polícia pediu a quebra do sigilo telefônico do militar, para averiguar principalmente se outra pessoa atendeu as ligações após as 20h30, quando Carla já estava fora do apartamento e Guimarães, provavelmente, já estaria morto.
O coronel Ubiratan Guimarães coordenou a invasão ao presídio do Carandiru em 1992, resultando na morte de 111 presos assassinados.
Devido ao massacre do Carandiru, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pela morte de presos no pavilhão 9, mas em fevereiro passado o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou recurso e o absolveu. A decisão gerou protestos de órgãos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos.