Os resquícios da tragédia que terminou na morte de seis presos na cadeia de Ibiporã na noite da última segunda-feira (17) devem ficar impregnados por um bom tempo, se não eternamente, para todos os personagens envolvidos nessa história: policiais civis e militares, agentes carcerários, escrivães, bombeiros e familiares. O delegado da cidade, Vitor Dutra de Oliveira, tenta, por meio de um inquérito, descobrir os responsáveis pelos homicídios, já que a suspeita maior é que eles tenham sido assassinados por uma gangue rival antes do incêndio que destruiu boa parte da carceragem.
Relembre o caso: Incêndio destrói cadeia de Ibiporã; seis presos morrem
Com a identificação oficial pelo Instituto Médico Legal (IML), a FOLHA vasculhou processos criminais e conversou com alguns parentes dos detentos que morreram. Ainda em luto, todos reclamaram da superlotação da unidade, que foi construída em 1985 e há muitos anos não apresentava condições de abrigar mais gente. Para se ter uma ideia, em um ofício enviado em 12 de agosto à juíza criminal de Ibiporã, Camila Covolo de Carvalho, o delegado disse que 135 pessoas se espremiam em um espaço criado para apenas 35. "Há um risco de fuga e arrebatamento constante", declarou no documento.
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Confira na FOLHA as acusações que mantinham os detentos mortos sob custódia do Estado na Cadeia Pública de Ibiporã e o que dizem seus parentes.