A Polícia Científica do Paraná enviou no domingo (11) para a São Paulo todo o material genético coletado das 30 famílias de vítimas do acidente aéreo com um avião da VoePass ocorrido na sexta-feira (9) em Vinhedo (SP). O envio de 31 amostras de DNA e 19 documentações odontológicas de familiares conclui os trabalhos do órgão paranaense no auxílio à identificação das vítimas, e agora cabe às forças de segurança pública de São Paulo a finalização do processo, com a consequente liberação dos corpos para traslado.
O avião partiu do aeroporto de Cascavel (Oeste) com destino ao terminal aéreo de Congonhas (SP) na sexta, mas acabou caindo em Vinhedo no início da tarde, o que resultou na morte dos 58 passageiros e dos quatro tripulantes que estavam a bordo. As apurações relacionadas às causas do acidente estão sendo conduzidas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), com previsão inicial de serem finalizadas em 30 dias - no entanto, o prazo pode ser prorrogado. Paralelamente, a Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito policial.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (12), o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, destacou que levantamento preliminar da Polícia Civil do Paraná identificou que 29 das vítimas possuem CPF (Cadastro de Pessoa Física) emitido no Estado. Isso não significa, entretanto, que elas necessariamente residiam no Paraná no momento. O Paraná também disponibilizou aeronaves se precisar auxiliar no traslado dos corpos.
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Teixeira atualizou o trabalho de identificação dos corpos, conduzido pela Polícia Científica de São Paulo. Todos já passaram pelo exame de necropsia, dos quais 17 foram identificados. Em relação aos demais, ainda faltam documentos das famílias para liberação dos corpos no IML (Instituto Médico-Legal). “A liberação depende dessa identificação e também de documentos exigidos dentro do processo legal neste tipo de desastre”, disse.
Conforme o diretor Operacional da Polícia Científica, Ciro Pimenta, a coleta do material genético pela equipe paranaense tem auxiliado na celeridade do processo de identificação e liberação dos corpos das vítimas. “Todos os corpos foram rapidamente transportados do local do acidente para o Instituto Médico-Legal e passaram pela necropsia. Com o fim da etapa de medicina legal no Paraná e em São Paulo, resta a conclusão dessa identificação para que as famílias possam prestar as suas últimas homenagens”, esclareceu.
Todo o processo relacionado ao transporte dos corpos está sendo custeado pela Voe Pass por meio de acordo firmado pela empresa com as defensorias públicas e ministérios públicos do Paraná e de São Paulo.
De acordo com o defensor público-geral do Paraná, Matheus Munhoz, o foco dos órgãos públicos neste momento está em prestar todo o acolhimento necessário às famílias das vítimas. “Estamos dando toda a orientação jurídica necessário para que as famílias saibam como proceder e quais documentos são necessários para o traslado dos corpos, bem como o que vem posteriormente, como a emissão das certidões de óbito, pedidos de cremação ou enterro, acesso a inventários e pedidos de benefícios previdenciários”, frisou.
Para garantir agilidade e segurança no processo, o órgão paranaense instalou postos de atendimento às famílias no aeroporto de Cascavel e em um hotel disponibilizado pela Voe Pass. Outro ponto foi montado pela Defensoria Pública de São Paulo no estado vizinho. “Até o momento, 44 famílias foram atendidas em São Paulo, para onde muitos se deslocaram após o acidente, enquanto outras 26 famílias receberam o acompanhamento pela Defensoria Pública do Paraná”, comentou.
“Além disso, estamos prestando todo o acompanhamento por meio de um canal via WhatsApp criado exclusivamente para que as famílias tenham uma fonte de informações oficiais sobre todo este processo para que não caiam em qualquer tipo de golpe”, acrescentou o defensor público-geral.