A delegacia de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, ouviu, nesta sexta-feira (19), o depoimento do rapaz que aparece sendo torturado nas imagens gravadas pelo celular de um dos vigilantes presos na terça-feira (17), acusado de matar o estudante Bruno Coelho. Leonardo Jeovani da Silva Zanon, 20 anos, estudante de engenharia da computação, é filho de um policial civil que trabalha em Fazenda Rio Grande, também na RMC, e que reconheceu o filho nas imagens veiculadas por um canal de televisão na quarta-feira (18).
"Ele resolveu não contar nada para o pai sobre a abordagem dos vigilantes, porque não queria levar problema para casa. Porém, após a divulgação das imagens, o policial conversou com o filho e eles decidiram registrar a ocorrência", contou o delegado Jairo Estorílio, titular da delegacia de Almirante Tamandaré.
O outro jovem que aparece nas imagens do celular não pôde registrar depoimento, nesta sexta-feira. Segundo o delegado, Zanon disse que é grafiteiro e que a gravação das imagens aconteceu na primeira semana de agosto. "Ele e o colega entraram em um galpão abandonado e começaram a fazer grafitagem. Chegou um vigia da Centronic de moto e depois outro. Os dois chamaram mais dois vigilantes que vieram de carro. Eles bateram nos rapazes, os obrigaram a tirar a roupa e, depois, fizeram um pintar o outro com a tinta que usavam para fazer a gratifagem", contou o delegado. Segundo a vítima a tortura durou cerca de 40 minutos.
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Zanon reconheceu Marlon Balem Janki, 30 anos, preso na última terça-feira. Foi com Janki que os policiais encontraram o celular com as imagens da tortura. A polícia agora tentará fazer o reconhecimento dos outros três envolvidos, que poderão ser indiciados, junto com Janki, por tortura e formação de quadrilha. "Este inquérito será remetido, via Corregedoria da Polícia Civil, para uma unidade em Curitiba, porque o caso aconteceu na Vila Hauer", complementou Estorílio.
Caso Bruno Coelho – Segundo o delegado, os quatro vigilantes presos na última terça-feira (17) acusados da morte do estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 18, continuam presos. Resta agora encontrar a arma utilizada para matar o jovem e ainda receber os laudos do Instituto de Criminalística e do IML. O inquérito deverá ser concluído até o dia 26 deste mês.