Menos de 48 horas após o assassinato do professor e vice-presidente Conselho Estadual de Educação Teófilo Bacha Filho, 57 anos, a polícia elucidou o crime que chocou a sociedade paranaense.
Wesleandro Ribeiro Santos, 21, conhecido como "Baiano", Alexssandro Pimentel, 22, e um adolescente, de 17, foram presos nesta terça-feira, dia 27, por volta das 19h30, no Balneário de Itapoá, no Litoral de Santa Catarina, na casa da namorada do menor.
Tanto Baiano quanto o menor confessaram ter matado o professor. Alexssandro nega ter envolvimento com o assassinato, mas a polícia suspeita que ele tenha participação direta no crime. "Se ele não tinha nada a ver com o assassinato do professor, então, por que fugiu?", indaga o delegado Luiz Carlos Oliveira, responsável pela Operação Verão no Litoral paranaense.
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A prisão dos três acusados também contou com a colaboração das polícias Civil e Militar de Santa Catarina. Baiano e Alexssandro estão presos na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos da capital e o menor foi encaminhado à Delegacia do Menor e do Adolescente.
O crime – Na noite de domingo, o professor convidou Baiano e o menor para jantarem em sua casa, na Alameda Presidente Taunay, no Bigorrilho, em Curitiba. Eles haviam se conhecido há cerca de dois meses.
Após jantarem, todos foram para o quarto do professor. Enquanto o menor de idade distraía Bacha Filho, Baiano o surpreendeu atingindo sua cabeça com um vaso de flores. "Então, ele tonteou, mas nem chegou a desmaiar", conta Baiano.
Em seguida, o menor utilizou um pequeno banco de madeira para desferir mais dois golpes na cabeça do professor. "Mas, ainda assim, ele não morria", recorda Baiano, que decidiu dar um fim à vida do homem, estrangulando-o com um fio de antena que arrancou da televisão.
Após roubar um DVD, uma máquina fotográfica, um rádio-relógio, R$ 35 em dinheiro, cartões de crédito, documentos e um telefone celular, os acusados fugiram com o carro do professor (um Honda Civic) em direção à casa de Alexssandro, no bairro Eucaliptos, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba.
Lá, eles deixaram parte do material roubado e seguiram em direção a Espigão das Antas, em Mandirituba, na região metropolitana de Curitiba. "Fomos visitar a minha mãe. Já era por volta de 5h30", diz Alexssandro.
No dia seguinte, a cunhada de Alexssandro os avisou que a polícia os estava caçando. Revelou também que a polícia já tinha prendido a esposa de Alexssandro, Maria Cristina Cândido dos Santos, 26, em Fazenda Rio Grande. "Nem paramos em casa, recebi uma ligação quando estava chegando, por volta das 17 horas de segunda-feira e decidimos ir direto para Itapoá, na casa da namorada do adolescente", revela Alexssandro.
Prisão – Após abastecer o veículo e comprar comida utilizando um cartão de crédito do professor, os três fugiram em direção ao Litoral de Santa Catarina. Depois de trocar informações com a polícia catarinense, os policiais do Paraná identificaram o local onde os três acusados estavam se escondendo e prenderam os marginais, que estavam dormindo no momento em que a polícia invadiu a casa da namorada de Alexssandro.
Alexssandro diz que é pedreiro e afirma não ter participação no assassinato. Ele conta que o garoto é seu primo e chegou a sua casa, acompanhado de Baiano, pedindo cobertura para a fuga. Baiano confirma que Alexssandro não teve participação no crime.
Ele conta que nada foi premeditado e não sabe explicar o motivo que o levou a matar o professor. Baiano é natural do Espírito Santo e morava em Curitiba há cerca de três anos. Ele diz que freqüentava, com o menor, a casa do professor há dois meses e fez cerca de quinze visitas ao apartamento da vítima.
O acusado diz ainda que conheceu o professor de madrugada, quando saía de uma casa de Axé, no centro de Curitiba. Já o delegado Luiz Carlos Oliveira suspeita que o crime foi premeditado, inclusive com a participação direta de Alexssandro.