Testemunhos e informações contraditórias, além da falta de provas materiais, estão dificultando o esclarecimento do ataque aos índios acampados em uma fazenda há quase dois meses entre Amambaí e Ponta Porá, em Mato Grosso do Sul, segundo informações da Polícia Federal (PF). O único avanço na elucidação do caso pode ser a prisão do mandante do crime, possibilidade levantada depois da prisão de três suspeitos ocorrida na segunda-feira desta semana.
Quanto a localização do líder do grupo de acampados, Nísio Gomes, 59 anos, um dos delegados da PF afirmou que "será muito mais provável a prisão do mandante do que descobrir onde está o Nísio. Para nós, até agora, ele está vivo. Não existe nenhuma prova material que comprove essa suspeita levantada pelos índios. Aliás, os índios que testemunharam o ataque mudam os depoimentos de um dia para o outro".
Outra versão não confirmada pela PF é a de que 40 homens armados invadiram o local no último dia 18 e dispararam vários tiros. "Não há vestígios para movimentação desse contingente, tampouco o número de caminhonetes ocupadas pelos agressores. Podem ser no máximo três veículos desse modelo e provavelmente entre oito a 12 atirados. Também não foram encontradas cápsulas de balas letais, apenas de projéteis de borracha".
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Para o delegado, existem várias pistas sendo investigadas, inclusive algumas já confirmadas como falsas, indicando a presença de cadáver boiando nos rios da região. A PF não arrisca afirmar a participação de empregados de fazendeiros no atentado, mas também não despreza investigação nesse sentido. Outro ponto que está sendo analisado é a ação de quadrilha paraguaia de narcotraficantes, que estão procurando US$ 1,8 milhão desaparecido no início do mês passado de uma aeronave acidentada na cidade paraguaia de Bela Vista.