A Delegacia de Homicídios de Londrina prendeu o principal suspeito do assassinato da acompanhante de luxo Alessandra Gerotti, morta a facadas no dia 23 de novembro, dentro de uma residência na rua Joaquim Lacerda, nas proximidades do Moringão, no centro de Londrina. Ela morava sozinha e tinha 41 anos.
De acordo com o delegado Paulo Henrique Costa, o inquérito aponta que Antônio Carlos Aguiar, de 35, mantinha um relacionamento com Alessandra e costumava procurá-la para pedir dinheiro para comprar drogas. Cinco dias antes do homicídio, ela teria rompido o relacionamento após uma discussão. "Ele alega, no entanto, que jamais manteve contato com a vítima e que não frequentava sua casa ou estabelecimentos comerciais das proximidades. Diversas testemunhas, no entanto, confirmam que Aguiar costumava circular pelo entorno da residência de Alessandra, inclusive tentando vender mercadorias", afirma o delegado.
Outra evidência que levou a polícia até o suspeito foi o celular de Alessandra, que não foi localizado na cena do crime. O aparelho foi vendido por Aguiar nas proximidades do Bosque de Londrina, no ponto de comércio informal conhecido como "pedra". Depois, o celular foi revendido algumas vezes até chegar ao último dono, que foi encontrado pelos investigadores. Usando a lógica reversa, a Polícia Civil conseguiu alcançar Aguiar. O primeiro comprador disse que o acusado teria vendido o telefone porque havia "cometido uma burrada e precisava sair de Londrina".
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O crime foi cometido em 23 de novembro, mas só foi descoberto na manhã do dia 25. O portão da casa não apresentava qualquer sinal de arrombamento e testemunhas disseram ter visto um homem saindo correndo do imóvel.
Os vizinhos não perceberam qualquer movimentação na residência no dia 24. As portas internas foram deixadas abertas e as luzes e o ar-condicionado seguiam ligados quando o corpo foi encontrado. Alessandra tinha cortes no pescoço, provavelmente causados por uma faca. Havia indícios de luta corporal na cena do crime.
Dos antecedentes criminais de Aguiar constam apenas alguns boletins de ocorrência e infrações de pequena gravidade. Ele admitiu aos policiais que consome crack há aproximadamente sete anos.
Como o crime foi cometido há quase um mês, o delegado Costa decretou prisão temporária de 30 dias para Aguiar, com possibilidade de extensão por mais 30 até que o inquérito seja concluído. A Polícia Civil aguarda exames e laudos complementares para concluir a investigação e encaminhá-la à Justiça.
Alessandra trabalhava como acompanhante de luxo e era conhecida no meio como Luciana. Segundo Costa, a questão da prostituição não tem qualquer interferência na investigação. "A motivação não é passional e também não tem ligação com as atividades profissionais da vítima. Estamos tratando como um homicídio comum", explica.