Dezoito suspeitos de falsificação de documentos e formação de quadrilha foram presos na madrugada desta terça-feira (7), durante a Operação Transformers, deflagrada por mais de 70 policiais civis em oito municípios da região Noroeste do Estado. De acordo com a polícia, os suspeitos mantinham uma rede de falsificação de documentos públicos e privados na região de Umuarama.
A ação atende à recomendação do delegado-geral, Marcus Vinícius Michelotto, e do delegado-chefe da Divisão Policial do Interior (DPI), Julio Reis, de combater o crime organizado em todas as suas dimensões. O objetivo da operação era cumprir 18 mandados de prisões e três mandados de busca e apreensão nos municípios de Paiçandu (01), Cianorte (02), Tapejara (04), Umuarama (10), Ivaté (01), Perobal (01), Guaíra (01) e Campo Mourão (01). Além das prisões, foram apreendidos materiais, entre impressoras, papéis e computadores que seriam utilizados para a falsificação de documentos.
Durante as ações, os policiais apreenderam cinco veículos. Destes, três foram recuperados – um VW Voyage e um Toyota Corolla, que haviam sido roubados em Curitiba, e um Honda Fit, que tinha sido furtado em Londrina. Os veículos estavam na residência de um dos suspeitos, em Tapejara. No mesmo município, um homem, que inicialmente não estava entre os procurados, foi flagrado na posse de um revólver calibre 38 e também recebeu voz de prisão.
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Entre os presos estão um empresário do ramo de ferro velho de Umuarama, um despachante de Guaíra, dois cabeleireiros, sete corretores de veículos e o proprietário de uma gráfica que fornecia os papéis especiais usados na falsificação.
A quadrilha era composta por dezenas integrantes de Umuarama e de várias outras cidades, que tinham a função de conseguir pessoas interessadas em comprar documentos falsos, principalmente Carteiras Nacionais de Habilitação, documentos de identidade e documentos de veículos. Para a polícia, Valdemir de Sá da Silva, de 32 anos, também conhecido como "Val" ou "Crush", era o líder da quadrilha. Ele foi preso em casa, na Praça Anchieta, em Umuarama.
Com os dados pessoais dos cidadãos que queriam comprar os documentos, "Val" providenciava as falsificações usando equipamentos de qualidades como impressoras, computadores, scanners e papeis especiais. Cada documento falso era vendido a um preço que variava de R$ 500 a R$ 700. O dinheiro conseguido com a venda era dividido entre "Val" e seus "agenciadores".
As investigações realizadas para identificar a quadrilha se estenderam por seis meses. Neste período, os policiais detectaram o envio de documentos falsos para as cidades de Maringá, Paiçandu, Cianorte, Tapejara, Cruzeiro do Oeste, Umuarama, Ivaté, Perobal, Goioerê, Campo Mourão, Medianeira, Palotina, Colorado, Curitiba e outras, inclusive para fora do Estado do Paraná.
"Vale a pena ressaltar que a única vítima deste esquema criminoso era o Estado e a coletividade. Pois cada pessoa que procurava os serviços da quadrilha sabia muito bem o que estava comprando. Nenhum comprador foi induzido a erro ou foi enganado", afirma o delegado-chefe da 7ª SDP, Pedro Luiz Fontana Ribeiro, que comandou a operação.
Segundo a polícia, até o final do inquérito policial, outras prisões ainda serão realizadas, pois as investigações vão continuar na tentativa de identificar e localizar outros integrantes da quadrilha, inclusive as pessoas que compraram os falsos documentos.
Os presos ficarão recolhidos na cadeia de Umuarama, onde as investigações estão centralizadas, à disposição da Justiça local.
OPERAÇÃO – Além de 20 policiais civis 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama – unidade que coordenou as ações – a Operação Transformers contou com e 52 policiais das Subdivisões de Toledo, Foz do Iguaçu, Cascavel, Paranavaí, Londrina, Maringá e das delegacias de Cianorte e Guaíra. Também participaram das ações policiais da Divisão Policial do Interior (DPI), do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) de Maringá.
Para dar cumprimento a todos os mandados judiciais, foram utilizadas 29 viaturas policiais, entre caracterizadas e descaracterizadas. A operação também contou com a cooperação do Ministério Público e do Poder Judiciário, que deliberou pelos mandados judiciais.