O vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, compareceu na manhã desta quarta-feira (4) ao interrogatório da Comissão Processante (CP) que apura possível quebra de decoro pelo parlamentar ao pedir dinheiro nas redes sociais para pagar multa eleitoral. O depoimento terminou por volta das 13h. No início do interrogatório, o advogado de defesa, Eduardo Duarte Ferreira, pediu a suspeição do relator da CP, vereador Rony Alves (PTB). A solicitação foi negada pelo presidente do grupo de investigação, Felipe Prochet (PSD).
Em nova tentativa, Eduardo Ferreira citou uma ação cível movida por Rony contra Boca Aberta. "É uma aberração jurídica o credor processar o devedor", esbravejou o advogado. Felipe indeferiu o novo pedido e reiterou que "esta não é a hora de juntar documentos, mas sim colher o depoimento do vereador". "Por sucessivas vezes, a Comissão Processante deu chances para que os esclarecimentos fossem prestados, cumprindo assim a determinação do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Marcos José Vieira."
Numa terceira investida, Eduardo relembrou da denúncia que é apurada sobre possíveis irregularidades na viagem de Rony fez ao Japão em 2014. Na época, o parlamentar era presidente da Câmara Municipal de Londrina (CML) e viajou com outros representantes do Legislativo e Prefeitura de Londrina. Esta é a terceira tentativa de impedir a participação de Rony Alves na investigação. Pelas mesmas razões, o pedido foi indeferido por Felipe Prochet.
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As críticas também foram direcionadas ao procurador jurídico da Casa, Miguel Aranega Garcia. "A Câmara age contra mim", pontuou Boca Aberta. Rony e Miguel permaneceram em silêncio.
No início dos trabalhos, Boca Aberta disse que ainda está debilitado. Ele recebeu alta médica na última segunda-feira do Hospital Mater Dei, onde estava internado por suspeita de meningite e pneumonia. No entanto, o diagnóstico, segundo o próprio parlamentar divulgou nesta terça (3), foi hipertensão, dor de cabeça e ansiedade.
Novela
O interrogatório de Boca Aberta foi uma exigência judicial, imposta quatro dias antes da votação da cassação ou não do vereador. Depois disso, ele foi notificado para depor na quarta feira passada (27), mas apresentou atestado médico na véspera que o impediu de se apresentar. Mesmo assim, ele votou contra a revisão da planta de valores, ainda na vigência do atestado, em sessão da Câmara realizada um dia depois do interrogatório suspenso. Ele, em seguida, voltou a internar-se e novo interrogatório, no sábado, também foi suspenso. Na terça (3), o vereador adiantou para a imprensa que deporia nesta quarta.
(Atualizado às 13h35)