Brasil já ultrapassou a marca de 1,2 milhão de casos de dengue. Com o aumento da transmissão da doença, é importante entender como os recém-nascidos e crianças podem ser afetadas.
Os quadros de dengue nos pequenos podem apresentar os mesmo sintomas de outras viroses, como febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos, por isso é importante ter atenção redobrada e procurar um médico para identificar a causa de cada um.
Além disso, há ainda a chance das crianças apresentarem casos assintomáticos ou sintomas leves que passam despercebidos. No entanto, é importante notar que a gravidade dos sintomas da dengue pode variar amplamente de pessoa para pessoa, e algumas crianças podem desenvolver complicações graves, especialmente se forem infectadas por um sorotipo diferente do vírus da dengue após uma infecção anterior.
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Com o objetivo de conscientizar e preparar os pais para proteger e cuidar de seus filhos, a pediatra Tatiana Cicerelli desmistifica boatos, ressalta a importância das gestantes em evitar o contágio e fala sobre os possíveis tratamentos em caso de contágio.
Para Tatiana, o maior desafio em diagnosticar bebês menores de 2 anos é a dificuldade dos pequenos expressarem seus sintomas, o que pode dificultar a identificação da doença pelos pais ou cuidadores, além de que os sintomas em bebês podem ser menos especifícos e menos sutis do que em crianças mais velhas ou adultas.
"Portanto, é importante estar atento a quaisquer sinais de doença e buscar orientação médica se houver preocupações", explica a pediatra.
Um sintoma que merece atenção especial é a dor abdominal, que por ser comum, pode ser ignorado. O importante é perceber se a dor vem acompanhada de outros sintomas sugestivos da dengue, como febre, dor de cabeça e vômitos, e consultar um médico para a avaliação e diagnóstico adequado.
Caso a criança tenha sido diagnosticada com suspeita de dengue, é importante ficar de olho em sinais de dificuldade respiratória. Segundo a pediatra, esse não é um sintoma comum e, pode indicar uma complicação grave da dengue, como síndrome de choque por dengue ou dengue grave, que requer atenção médica imediata.
Para identificar a doença, os exames mais comuns são os de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que detecta o material genético do vírus, ou o de detecção do antígeno viral (NS1), que identifica uma proteína viral específica.
Apesar de os dois serem permitidos para crianças, Tatiana explica que o método exato de coleta de amostras e interpretação dos resultados pode variar de acordo com a idade e a capacidade de colaboração da criança.
Para o tratamento, é importante ressaltar que apesar de analgésicos como paracetamol serem permitidos para ajudar a aliviar os sintomas de dor, é necessário evitar os medicamentos que contenham AAS (ácido acácido acetilsalicílico) e AINEs (anti-inflamatórios não esteroides), como ibuprofeno, naproxeno e aspirina "pois podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas associadas à dengue."
A pediatra relembra que sempre é importante seguir as orientações médicas e as instruções de dosagem adequadas ao administrar analgésicos para crianças.
Para prevenir a contaminação, a vacinação contra a dengue é autorizada para crianças a partir de 4 anos. Já o uso de repelentes não é recomendado para bebês com menos de 2 meses de idade.
A pediatra explica que "devido à sensibilidade da pele e ao risco de toxicidade, recomenda-se que os pais consultem um pediatra antes de usar qualquer tipo de repelente em bebês, especialmente em recém-nascidos".
Além disso, é importante tomar outras medidas para proteger os bebês de picadas de insetos, como mante-los cobertos com roupas leves e usar mosquiteiros em berços e carrinhos.
Por fim, o passo mais importante para prevenir a doença é seguir as recomendações, como eliminar criadouros de mosquitos, usar repelente, roupas protetoras e telas em janelas e portas, independentemente de apresentar sintomas ou não.