Bala na área

Contagem regressiva

11 mai 2006 às 11:00

Na próxima segunda-feira o técnico Carlos Alberto Parreira divulga a lista dos convocados para a Copa da Alemanha. Será uma espécie de pontapé para que definitivamente o mundo do futebol entre na expectativa final pelo início do Mundial, que promete ter um nível técnico muito melhor do que o de 2002. Poucas devem ser as surpresas entre os escolhidos pelo treinador do escrete canarinho (que coisa antiga) e seu fiel escudeiro Zagallo.

Entre os goleiros, Dida e Júlio César são certos, sendo o primeiro imerecidamente titular absoluto do time do sósia do Kiko. A vaga restante será de Marcos, que apesar da contusão tem muito crédito com o técnico ou Rogério Ceni, que pelo que anda jogando deveria ser o titular.


Para que os torcedores sofram um pouquinho, as quatro vagas da zaga dificilmente escaparão do quarteto Lúcio, Roque Júnior, Juan e Luisão. Só resta torcer para que os dois últimos joguem a Copa inteira. Nas laterais, além dos eternos Cafu e Roberto Carlos, incontestáveis, Cicinho é praticamente certo, o que é bom, e a outra vaga deveria ser, por merecimento, de Serginho ou Júnior. Mas esta vaga ainda está indefinida porque o até então preferido de Parreira, Gustavo Nery, andou bem sumido nos últimos tempos. Se for convocado, será quase um crime contra o futebol.


No meio de campo, Emerson, Zé Roberto, Edmilson, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Ricardinho, Kaká e Ronaldinho Gaúcho são nomes praticamente definidos pelo treinador e no máximo pode haver uma mudança nesta turma. E no ataque, além dos garantidos Ronaldo, Robinho e Adriano, a última vaga pode ficar com Fred, Nilmar (caso Parreira queria ter uma opção com estilo de jogo diferente) ou mesmo Júlio Batista, o que comprovaria o pragmatismo adotado pelo técnico em 1994.


A lista acima tem algumas injustiças enormes, como por exemplo a inexplicável ausência de Mineiro, que joga dez vezes mais e corre o dobro do veterano e limitado Emerson. Também faz falta o excelente zagueiro Alex, também incomparavelmente melhor do que o estabanado Lúcio. mas mesmo com estes equívocos, a seleção será muito forte e merece o rótulo de principal favorita, o que em muitas outras ocasiões trouxe problemas a quem o ostenta.


Não sou treinador, mas se estivesse no lugar do Parreira, minha lista seria a seguinte: Rogério Ceni, Marcos e Júlio César (goleiros); Juan, Alex, Luisão e Edmilson, que também poderia atuar de volante (zagueiros); Cicinho, Cafu, Roberto Carlos e Júnior (laterais); Mineiro, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Alex, Kaká, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho (meio-campistas); Ronaldo, Robinho, Adriano, Fred e Nilmar (atacantes).


Na estréia contra a Croácia, o time teria mais cuidados defensivos, com Rogério, Cafu, Juan, Alex e Roberto Carlos; Mineiro, Gilberto Silva, Kaká e Ronaldinho; Ronaldo e Robinho.


Nos outros dois jogos da primeira fase a formação seria mais ofensiva: Rogério, Cicinho, Juan, Alex e Júnior; Mineiro, Juninho, Kaká e Ronaldinho; Ronaldo e Robinho. Mas ainda bem que eu não sou o treinador.


Titanicorinthians


Mais uma vez o sonho corintiano de conquistar a Libertadores, feito que os demais grandes clubes paulistas conseguiram, naufragou. Apesar de ser apenas a confirmação de um desastre já anunciado, a derrota em casa para o apenas guerreiro River causou grande revolta aos torcedores do Timão, que agora escolheram como culpado da vez o zagueiro Betão, o lateral Coelho e os cartolas, estes sim, os únicos responsáveis por mais uma derrota.


Kia Joorabchian comprou um brinquedinho novo e achou que bastava colocar alguns raçudos argentinos no time para conquistar a América. Agora percebeu que o buraco é mais embaixo. Sem entender de futebol, contratou muito mal e ainda viu seus "parceiros" do clube conspirarem para derrubá-lo, inclusive com a contratação de Marcelinho.


Sem um bom ambiente de trabalho, com um técnico inexperiente e falastrão e com alguns atletas longe e de seus melhores momentos (Ricardinho, Roger e Mascherano andam devendo bastante), o time não foi nem sombra daquele que conquistou o Brasileirão no ano passado e é totalmente dependente dos bons momentos do trio Carlos Alberto, Tevez e Nilmar, que nem sempre consegue resolver as partidas. Valeu como lição para os aventureiros do futebol que andam a solta por aí.


Expectativa ruim


São Paulo e Inter perderam as partidas de ida das quartas-de-final da Libertadores e agora ficarão com o gosto amargo da derrota até julho, após a Copa do Mundo, quando voltarão a enfrentar os algozes de ontem. Até lá, talvez alguns jogadores tenham ido embora e os times serão outros, num dos maiores absurdos que a Conmebol já cometeu, e não foram poucos, nos últimos tempos.


Alma deslavada


Depois dos bons resultados do trio de ferro na rodada anterior, o futebol paranaense amargou três derrotas na última rodada. O papelão ficou a cargo do Coritiba, impiedosamente goleado pelo Brasiliense. Dessa vez não deu para Alberto resolver.


O Atlético perdeu em casa, para o mistão do Inter. Tá certo que o pênalti marcado para os gaúchos foi visivelmente fora da área, mas de qualquer forma a derrota foi preocupante, principalmente porque o time perdeu a aura de imbatível dentro da Arena.


Já o Paraná sofreu com um dos erros mais primários dos sopradores de apito e levantadores de bandeira. Árbitro e bandeirinha deixaram de marcar duas situações de impedimento no mesmo lance, em jogada tão clara que poderia ser utilizada para vídeo-aula sobre a regra do impedimento. Não é a toa que a dupla foi para a geladeira, embora fosse melhor um bom freezer.


Nota 10


Para Adriano, Renato, Luís Fabiano e Daniel Alves pelo título da Copa da Uefa pelo Sevilla.


Nota 0

Para Kia Joorabchian que quebrou seu caro brinquedo no Pacaembú.


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