Bala na área

Nenhum dia é igual ao outro

21 jun 2005 às 11:00

Dias felizes

Os atleticanos não poderiam imaginar melhor resultado do que eliminar o todo poderosos Santos com duas vitórias indiscutíveis. A primeira em uma partida bem disputada em que o fanfarrão Henao entregou a rapadura. A segunda com uma superioridade absoluta durante toda a partida, diante de um Peixe apático e sem um pingo de criatividade. E com a ajuda de Carlos Eugênio Simon, que pelo jeito esqueceu como se faz para marcar pênaltis (ignorou três a favor dos santistas, um deles claríssimo). Mas não foi a arbitragem que levou o Furacão às semifinais e sim a vontade de provar que o vice no Brasileirão do ano passado não foi mero acaso.


Agora os atleticanos têm pela frente a pedreira do Chivas Guadalajara, que eliminou o sempre favorito Boca Juniors, após histórica goleada por 4 x 0. Quinta-feira, na Arena, com a torcida empurrando, o rubro-negro tem que fazer um bom placar e procurar não levar gols, algo que pode ser muito importante no jogo de volta. Se fizer 2 x 0 já põe um pé na grande final.


Dia de festa


O clássico de domingo foi bem interessante e agradou as duas torcidas que encheram o estádio. No final, a vitória foi para o Coxa, que jogou melhor do que o Paraná e soube sair de campo com a vitória. Lori Sandri reclamou demais da arbitragem, que prejudicou mesmo o Coritiba.


Dia inesquecível


Zico vive amanhã um de seus maiores momentos à frente da Seleção Japonesa que enfrenta o Brasil decidindo uma vaga à semifinal da Copa das Confederações. Depois da conquista da vaga para o Mundial de 2006 e da Copa da Ásia, o Galinho pode fazer história em caso de uma improvável, mas possível, vitória sobre o time de Parreira.


Dia de cão


O técnico brasileiro aliás provou mais uma vez que não é adepto de variações de jogo e não sabe aproveitar o potencial de seus jogadores. Tanto que repetiu na derrota para o México _ que nos últimos tempos têm levado vantagem no conflito contra os brasileiros – as mesmas alterações que fez na boa vitória sobre a Grécia.


Presa no paredão mexicano, a equipe brasileira não soube abrir os jogos pelas pontas e jogou um futebol medíocre e sem objetividade. Em contrapartida, o México mostrou rapidez nas trocas de bola e contra-ataques, além do bom aproveitamento da jogada aérea contra a frágil defesa brasileira. E o 1 x 0 foi até pouco já que os mexicanos perderam pênalti devido ao rigor do árbitro, que fez a cobrança ser repetida três vezes.


No mato sem cachorro, Parreira deve mudar meio time para o jogo de amanhã - o que pode ser bom se tirar Lúcio e Roque Júnior para colocar Juan e Luisão em seus lugares; ou Renato e Juninho Pernambucano no lugar de Emerson e Zé Roberto. Sem falar de Léo pela esquerda no lugar do perdido na função – até porque faz muito tempo que não joga por ali – Gilberto. Hora de ver como será o dia de amanhã.


Dia sombrio


Como o clima curitibano a Fórmula Um viveu um domingo cinzento em Indianápolis, tido por alguns como o templo do automobilismo – eu ainda prefiro Le Mans, o velho Nurburgring, Spa-Francorchamps e Mônaco.


Com o receio dos franceses da Michelin em colocar seus carros na pista e correr risco de novos acidentes como o de Ralf Schumacher na sexta, apenas seis carros – na verdade quatro eram verdadeiras carroças, alinharam no grid de largada no momento mais patético da categoria até hoje. Nem mesmo a crise entre Jean-Marie Balestre; que dirigia a FISA, braço de competições da FIA com mão-de-ferro; e Bernie Ecclestone, na época presidente da FOCA (associação dos construtores) ou a greve dos pilotos na África do Sul, ambas no início dos anos 80 levou à categoria a um momento tão ruim.


A ridícula corrida não poderia terminar pior após o choramingo de Barrichello, que se intitulou "um brasileirinho contra um mundo muito grande" depois de levar um chega-pra-lá de Schumacher e alegar ter que diminuir o ritmo no final por ordem da equipe. Já que o divórcio com a Ferrari é muito provável já no final do ano o brasileiro devia ter fechado a porta para o alemão e azar da equipe se os dois batessem. E depois deveria ter partido para cima e fingir não entender as ordens dos boxes.


Como se comporta como cordeirinho na pista e depois ruge como leão, Barrichello perde credibilidade e fica cada vez mais difícil achar outro carro para correr depois que sair da Ferrari.


No mesmo dia, o automobilismo nacional pode ter se despedido de Jacarepaguá, circuito que deve ser reduzido praticamente à metade – terá apenas 2 mil 700 metros de extensão –- para a construção de estádios para o Pan de 2007. Uma lástima.


Nota 10


Para o Furacão, que com muita disposição venceu o Santos.


Nota 0

Para a pior corrida da história da Fórmula Um.


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