Bala na área

Reta final

25 mai 2006 às 11:00

Desfeitos os mistérios e passadas as surpresas das convocações das 32 equipes que disputarão o campeonato, são as viagens, concentrações, treinamentos e amistosos que chamam a atenção dos torcedores e da mídia de todo o mundo, faltando poucos dias para o começo da Copa.

Algumas seleções têm demonstrado grande confiança, outras esperam surpreender e algumas parecem, ao menos suas torcidas, terem jogado a toalha antes mesmo da Copa. Entre as confiantes, encontram-se desde equipes favoritas, como Brasil, Inglaterra, Itália e França, algumas com grande potencial como Holanda, Croácia, Ucrânia, Portugal e México e outras que nada têm a perder na Copa, como as cinco seleções africanas. Na segunda lista, o destaque vai para Alemanha e Argentina, que chegam à Copa sob certa descrença de seus próprios torcedores.


Nestes primeiros dias de treinos e jogos amistosos, quem mais brilhou foi a Croácia, que mostrou ter resgatado o bom futebol do penúltimo mundial. E a grande decepção foi a seleção norte-americana, derrotada pelos marroquinos. Não são, definitivamente, partidas que servem de real parâmetro para avaliar as condições de cada equipe, mas ao menos movimentam o mundo do futebol antes da bola rolar para valer.


Palpites


esta breve pré-temporada também é um prato cheio para os apostadores, profissionais ou não, arriscarem seus palpites sobre os favoritos à Copa. Como não poderia me furtar a isto, e mesmo tendo errado completamente todas as previsões em 2002, vamos lá:


Grupo A


Alemanha
Costa Rica
Polônia
Equador


Um dos dois grupos mais fracos tecnicamente. A Alemanha enfrenta uma decadência terrível; a Polônia tem o mesmo estilo futebol-força dos anfitriões da Copa; o Equador é um digno representante da classe sul-americana, mas sem a mesma qualidade de brasileiros e argentinos; e a Costa Rica é forte apenas na América Central.


Alemanha, por jogar em casa, e Equador, por jogar melhor, se classificam.


Grupo B


Inglaterra
Paraguai
Trinidad e Tobago
Suécia


Aqui a briga pelas duas vagas é boa. Trinidad já fez muito em ir para o mundial, mas pode ajudar a decidir o grupo se conseguir roubar algum ponto das outras três equipes. A Inglaterra tem o melhor time e deve ir longe na Copa. Suécia e Paraguai apostam na força do conjunto e na solidez defensiva para seguir em frente.


Os dois europeus levam a melhor.


Grupo C


Argentina
Costa do Marfim
Holanda
Sérvia e Montenegro


Tido como o "grupo da morte" é, sem dúvida, o mais equilibrado e forte de todos. A Argentina é sempre favorita mas perdeu alguns amistosos importantes e precisa de mais organização dentro de campo; a Holanda aposta num esquema ofensivo e foi muito bem nas Eliminatórias; ainda unidos, Sérvia e Montenegro são legítimos herdeiros da boa mescla entre força e técnica da antiga Iugoslávia; e Costa do Marfim é a melhor equipe africana na competição.


Os africanos devem causar alguma surpresa, mas a lógica diz que argentinos e holandeses seguem adiante, porque tradição ainda conta pontos na Copa.


Grupo D


México
Irã
Angola
Portugal


Outro grupinho meio sem vergonha. Irã e Angola não serão páreo para portugueses e mexicanos.


Grupo E


Itália
Gana
Estados Unidos
República Checa


Ao contrário do que acontece normalmente, a Itália não chega ao mundial aos trancos e barrancos, e anda animada pela histórica goleada sobre os alemães. Não costuma jogar bonito, mas sempre segue em frente. A República Checa conta com um ótimo time e o excelente Nedved. Joga com estilo, mas na hora do aperto apela para o bom e velho chuveirinho. Gana tem tradição nas categorias de base, mas é estreante em Copas. E os estados Unidos preferem o futebol com as mãos, e não são mais do que disciplinados e organizados.


Os africanos farão jogadas bonitas e firulas, mas a eficiência de italianos e tchecos é o que contará no final.


Grupo F


Brasil
Croácia
Austrália
Japão


O Brasil costuma dar sorte na formação dos grupos e desta vez não foi diferente. Os adversários são um pouco mais fortes do que em 2002, mas nada que cause calafrios. A estréia contra a Croácia será um duro teste para as teimosias de Parreira e para a paciência da torcida. Contra a Austrália é só botar a bola no chão e contra o Japão é preciso tomar cuidado com a correria e o fôlego do adversário.


Apesar das escolhas erradas do treinador, o Brasil passa em primeiro. A outra vaga está mais próxima dos croatas, mas os samurais podem surpreender. A Austrália é coadjuvante.


Grupo G


França
Suíça
Coréia do Sul
Togo


Outra baba. Os franceses foram muito mal na última Copa, quando defendiam o título, mas agora foram presenteados no sorteio. Togo é dos mais fraquinhos da África e a Coréia do Sul só chegou às semifinais em 2002 porque os árbitros ajudaram bastante. A Suíça é um time médio.


França e Suíça, fácil, fácil.


Grupo H


Espanha
Ucrânia
Tunísia
Arábia Saudita


Outro grupo bem fraquinho. A Espanha, conhecida como Fúria, costuma deixar furiosos seus torcedores com eliminações precoces. Mas só vai amarelar nas fases seguintes. A Ucrânia tem uma tática só: se fecha atrás e torce para Shevchenko resolver na frente. Tunísia e Arábia Saudita são meros figurantes.


Os europeus seguem adiante, mas sem grandes expectativas.


Nota 10


Para a bela exibição da Croácia na goleada sobre a Áustria. Tomara que o Parreira tenha assistido.


Nota 0

Para a medíocre apresentação dos Estados Unidos na derrota para Marrocos. Futebol na terra de Bush é só com as mãos mesmo.


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