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A noiva atrasada

23 abr 2004 às 11:00
Uma Thurman é "A Noiva" em Kill Bill - Divulgação
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Doze anos após ter início com o aclamado Cães de Aluguel (1992), a carreira de Quentin Tarantino se mostra bastante peculiar. Com Pulp Fiction, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, realizou o filme mais importante dos anos 90. Demonstrou maturidade em seu trabalho seguinte, Jackie Brown (1997), mas se afastou da direção. Durante esse tempo, apareceu como ator em filmes de qualidade duvidosa (como Little Nicky, com Adam Sandler) e produziu filmes de amigos. Dado como carta fora do baralho por muitos, agora Tarantino volta em grande forma, em um espetáculo de violência e humor, características mais marcantes do cinema do diretor. Kill Bill Volume 1, que chega ao Brasil com considerável atraso, é uma aula de estilo. E estilo é algo que Quentin Tarantino tem de sobra. No filme, o roteiro é mera desculpa para uma sucessão de feitos espetaculares e muito sangue falso.

Kill Bill é uma colagem das referências intermináveis que são a obsessão do diretor: filmes de kung fu, faroestes e cinema B em geral, música pop, quadrinhos. Tudo conduzido por uma fotografia esperta em tons de amarelo e vermelho, valorizando o clima bidimensional da história e dos personagens.

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O começo já entrega o espírito da coisa: "A vingança é um prato que se come frio", diz a epígrafe, assinalada como um "antigo provérbio Klingon". De certa forma, Kill Bill é um retrato do senso de humor de Tarantino, algo distorcido e adolescente, negríssimo. Há uma profusão de cabeças, pernas e braços decepados, mas é uma violência de história em quadrinhos. Tarantino a mostra de forma completamente absurda, sem se tornar ridícula. Faz isso se utilizando do humor, mas também de uma direção bastante segura.

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É como se Kill Bill não acontecesse no mundo real. A única lógica da história é a da vingança: a personagem que conhecemos apenas como "A Noiva" está no centro de um massacre acontecido no dia do seu casamento. Ela sobrevive e passa anos em coma, para acordar com um único pensamento: matar a quadrilha responsável pelo massacre e seu mandante, o legendário Bill. Uma Thurman encarna uma máquina de matar poucas vezes vista na história do cinema, porém o tom é caricatural.


Não passa de uma desculpa para que Tarantino filme coisas que considera "legais". Funciona muito bem, pois o diretor demonstra uma consciência ímpar do cinema como meio essencialmente visual. E fornece imagens de alto impacto, utilizando recursos variados. Quando Uma Thurman começa a fatiar dezenas de assassinos, a cor dá lugar ao preto e branco, para voltar ao fim da matança. A origem da assassina O-Ren Ishii (Lucy Liu) é contada através de uma animação. E assim vai.

O volume 1 de Kill Bill é grande diversão, mas não só isso. Algumas seqüências imediatamente ganham espaço na galeria das grandes cenas do cinema. O 4º filme de Quentin Tarantino felizmente mantém a qualidade na carreira do diretor. Resta esperar pelo Volume 2, que, se tudo der certo, aporta por aqui em outubro.


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