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Elevação de rating é contraponto ao elevado preço do petróleo

05 out 2004 às 11:00
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A agência internacional de classificação de risco de crédito, Fitch Ratings, elevou hoje (28/set) o rating internacional de crédito de longo prazo em moeda estrangeira e nacional do Brasil passando de B+ para BB- e perspectiva Estável. Isso significa que, devido a melhora no estrutural da economia brasileira, o país melhorou a capacidade de honrar seus compromissos financeiros. A última vez que houve alteração na classificação de risco de crédito foi em 06 de novembro de 2003, quando o país passou a ter um rating B+ ante B.
Apesar da melhora observada, o país se mantém na Categorias de Especulação, ou seja, sinalizam uma alta probabilidade de inadimplência. Porém, a melhora na classificação de risco de crédito fez com que dentro da categoria o país passasse de Altamente Especulativo para simplesmente Especulativo, que significa que o país tem negócios ou alternativas financeiras que viabilizem os pagamentos de seus compromissos financeiros, ao contrário da situação anterior que o pagamento de seus compromissos estavam condicionados a um ambiente de negócios sustentado e favorável.
Com a atual elevação o país está a um nível de ser deslocado para a Categorias de Investimento, que indicam uma baixa probabilidade de inadimplência e compreendem os níveis BBB, A, AA e AAA.

O CONTRAPONTO:
A agência declarou que essa melhora foi possível pelas condições macroeconômicas mais favoráveis como, por exemplo, a recente elevação da meta do superávit primário para este ano de 4,25% para 4,5% do PIB.
A melhora no rating ocorre ao mesmo tempo em que a cotação do petróleo atinge níveis recordes (US$ 50,47%) e, com isso, gera oscilações negativas nos ativos financeiros em todo o mundo.
Ontem (27/set) quando o preço do barril de petróleo se aproximou dos US$ 50 os ativos financeiros domésticos reagiram negativamente. A bolsa de valores registrou queda e o Real se desvalorizou frente ao dólar norte-americano. Hoje, a elevação do rating soberano serviu de contraponto a questão do preço do petróleo e os ativos domésticos reagiram positivamente. Essa reação se deve ao fato de que os canais de financiamento externo devem ser ampliados, mantendo positivo o fluxo de capitais para o país.

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REAJUSTE DE COMBUSTÍVEIS:
Em relação ao elevado preço do barril petróleo e a defasagem do preço dos combustíveis entre o mercado externo e o doméstico, acreditamos que não haverá reajuste dos combustíveis antes da conclusão das eleições municipais. No entanto, é aconselhável que a Petrobras faça o reajuste ainda este ano, pois, há espaço para comportar um reajuste de ao menos 10%. Caso a Petrobras opte por fazê-lo apenas em 2005, certamente haverá complicações para se cumprir a meta de inflação, mesmo utilizando o novo valor de 5,1%, fato que, se confirmado, traduz em um aperto monetário ainda maior.
Enfim, a Petrobras tem declarado que espera uma acomodação do preço do barril do petróleo para decidir se haverá ou não reajuste de preços, pois ela considera os movimentos recentes de alta como conjunturais e não estruturais. Além disso a empresa afirmou no último reajuste em junho que trabalha com um nível de preço do barril entre US$ 36/37. Vale lembrar que desde o último reajuste dos combustíveis o preço do barril ficou em média em US$ 42,5, o que significa um incremento de 16,5% no "preço meta" determinado pela Petrobrás. Por outro lado, a taxa de câmbio média do período registrou valorização de 4,1% em relação a cotação do dia do reajuste.

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Créditos: Alexsandro Agostini Barbosa é economista da Global Invest


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