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Álbum satiriza os quatro anos do governo Lula

23 nov 2006 às 11:00
Além de recordar de forma satírica o governo Lula, o álbum de Chico Caruso é um belo exemplo da capacidade do brasileiro de rir de si mesmo - Reprodução
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Curitiba - O quadrinho brasileiro ainda não tem assim aquela identidade reconhecível logo ao primeiro olhar, como os japoneses, os americanos ou os franceses e italianos. Mas a grande capacidade de rir de si mesmo transformou o ambiente político no cenário predileto para os artistas nacionais. E, nessa linha, somos quase especialistas. Mais uma prova de que a vertente é a mais bem-sucedida em solo tupiniquim chega às bancas e livrarias com Lulalá: Parte 1 - A (o)Missão, uma coletânea de charges de Chico Caruso, lançamento da editora Devir Livraria.

A edição é muito bela, em formato grande, para privilegiar as pinturas de Chico Caruso, que já imortalizou seu estilo super-realista com as sempre inteligentes tiradas que todo cartunista político deve ter. O forte mesmo do artista são as técnicas que usa para colorir, que dão dinamismo e vida à suas recriações.

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Lulalá: A (o)Missão revisita os últimos quatro anos da presidência brasileira. São imagens resgatadas dos trabalhos realizados por Chico entre 2002 e 2006, publicadas no jornal carioca O Globo e nas passagens animadas do Jornal Nacional. Cada momento é devidamente comentado pelo autor, com o ano em que foi publicado. É uma boa oportunidade de observar as minúcias do traço, já que boa parte da produção acabava se perdendo um pouco, seja por falta de espaço ou por falta de tempo para olhar os desenhos com mais atenção.

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Além de uma inesgotável fonte de risadas, o álbum tem seu valor didático porque mostra o que aconteceu no cenário político brasileiro nos últimos quatro anos pra quem não viu o bonde passar. E também nos refresca a memória para que possamos refletir um pouco, em auto-análise, sobre as escolhas do povo e suas consequências.

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FRONT 17 - INVISIBILIDADE


Coletâneas nem sempre são a melhor forma de avaliar com propriedade ou conhecer em profundidade a extensão de um artista. Geralmente são bastante irregulares: revezam desenhos bons com roteiros ruins, arte-final competente com edição inadequada, entre outros problemas. Por outro lado, é uma das formas mais utilizadas para conhecer novos e promissores autores, assim como grandes trabalhos. E assim pode ser resumido a Front, que chega à impressionante marca de 17 números, com o tema Invisibilidade, pela editora Via Lettera.

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A Front nasceu através do artista Kipper e desde então vem reunindo gente nova para produzir quadrinhos, contos e ilustrações, sempre sobre um tema em comum. Algumas edições chegaram a ganhar os prêmios HQ Mix, em 2001, 2002 e 2003, por Melhor Revista e Melhor Projeto Editorial, entre outros.


A democracia na escolha do grupo de trabalho -que sempre se encontra em fóruns na Internet para discutir o próximo número- é a grande qualidade e ao mesmo tempo um defeito da revista. Se por um lado une-se bastante gente interessada e talentosa, por outro também gera algumas produções que poderiam ainda estar em algum fanzine amador.

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Ainda assim, é uma das boas fontes de quadrinhos nacionais nas prateleiras. Na edição 17, de Invisibilidade, o destaque fica para o estilo cômico de Orlandeli. Interessante é notar que o trabalho dos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá, do 10 Pãezinhos, tem feito escola: a história que abre a revista quase poderia ser confundida como mais uma dos gêmeos.


PREACHER: ATÉ O FIM DO MUNDO

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Garth Ennis foi um dos grandes nomes dos quadrinhos na passagem dos anos 90 para os anos 2000. O britânico tem mesmo aquele humor ácido e violento que adoramos e, apesar de atravessar um período de seca criativa nos últimos anos -seus arcos e personagens são muito parecidos a cada revista que assume-, teve momentos brilhantes em Hellblazer e até a metade de Preacher. E é justamente uma dessas passagens que a Devir Livraria republica, no encadernado Até o Fim do Mundo.


Resuminho básico para quem ainda não sabe do que se trata: Preacher narra a aventura do pastor Jesse Custer, a serial killer Tulip (que, depois de originalmente publicada no Brasil como Tulipa, teve seu nome conservado em inglês para que os trocadilhos funcionem) e o vampiro irlandês Cassidy. Custer incorpora uma poderosa e desconhecida entidade chamada Gênesis, rebento de um demônio e um anjo, que assusta até mesmo Deus. O Senhor então some do Céu e o trio parte em busca de respostas.

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Este arco, um dos melhores de todos os números da revista, que terminou na edição 66 (com mais seis especiais, formando propositalmente o número da Besta), evoca o conturbado passado de Custer, a primeira aparição de Deus e o início do conflito com o Graal, entidade que protege alguns dos segredos explorados por Dan Brown em O Código Da Vinci.


Humor negro, violência, polêmica, aventura e ainda um prefácio bem bacana escrito pelo roteirista e cineasta Kevin Smith. Uma ótima pedida para quem gosta desse gênero adulto de quadrinho comercial.

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Serviço - Lulalá: Parte 1 - A (o)Missão tem 112 páginas coloridas em formato 21 x 28 cm, a R$ 49. Front 17 - Invisibilidade sai por R$ 31 e tem 96 páginas, com miolo preto-e-branco e formato 17 x 26 cm. Preacher - Até o Fim do Mundo, tem formato 16,5 x 24 cm, com 256 páginas coloridas, e custa R$ 49.


O material citado acima pode ser encontrado em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: Rage Against the Machine+Lulalá


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