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Mistérios no Brasil pré-Copa

22 fev 2010 às 14:53
Trama vale umas duas ou três leituras - REPRODUÇÃO
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''Joquempô'', quadrinho dos brasileiros Rogério Vilela e Nelson Cosentino, intriga o leitor em trama que se passa em um futuro próximo

Curitiba - Os brasileiros têm se dado muito bem no ramo da ilustração de quadrinhos nos últimos anos, o País tornou-se um celeiro atualmente bem ativo e diversificado. O que ainda nos falta em abundância são bons roteiristas. Por isso, quando algum se destaca vale a pena ler o material. Essa é a razão pela qual ''Joquempô'', da Devir Livraria, merece uma atenção especial.

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A trama se passa no Brasil de 2014, já às vésperas da Copa do Mundo. São Paulo se vê parcialmente controlada pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital e algo parecido com o atacante Ronaldo comanda a Seleção Brasileira. Nesse cenário vive o quadrinhista Marcel, que, depois de uma viagem pelo metrô paulista, percebe uma estranha conexão de fatos.

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A história segue na conversa entre Marcel e seu divertido amigo, Reali, que tenta ajudar o protagonista a preencher os pontos do mistério que começa a se desenhar durante o intrincado roteiro de Rogério Vilela, conhecido por ser, entre outras funções, um dos criadores da produtora de animação Mundo Canibal, aquela da ''Avaiana de Pau''.

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Vilela sai do lugar-comum ao buscar uma linguagem coloquial em narrativa fluída, cheia de referências atuais, em meio às informações aparentemente desconexas da trama. A grande sacada do autor é propor um jogo de interpretação por meio de ricos detalhes, o que obriga uma segunda ou terceira leitura.


Os desenhos de Cosentino não chegam a ser espetaculares mas cumprem bem a função de levar a história em ritmo fácil e constante, sem quebras abruptas ou cadência desnecessária. Talvez o fato de não ter ilustrações tão chamativas seja o que destaca o roteiro de Vilela. A edição da Devir é caprichada e vem com uma capa bastante interessante.

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TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA


O clássico de Lima Barreto é uma das leituras obrigatórias na grade escolar por ser uma referência do pré-modernismo na cultura brasileira. Discutiu em folhetins do início do século XX os valores nacionais e os ideais políticos dos primeiros passos da república tupiniquim. Ainda assim, muita gente atravessa o ginásio e o colegial sem sequer saber quem foi Barreto ou Quaresma. A adaptação em quadrinhos pode ser uma boa solução para esse problema.

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''Triste Fim de Policarpo Quaresma'', adaptado pelos gaúchos Flávio Braga e Edgar Vasques, faz parte do selo Grandes Clássicos em Graphic Novel, da Desiderata, que anteriormente, pela Agir, já havia lançado ''O Alienista'' e ''Pagador de Promessas''. O objetivo, além de didático, é revigorar clássicos por meio da linguagem dos quadrinhos, numa espécie de homenagem aos grandes autores.


O quadrinho resume a obra original de forma mais descontraída. O roteirista Flávio Braga buscou na excêntrica personalidade de Policarpo Quaresma um tom cômico para narrar o clássico. Os desenhos aquarelados de Edgar Vasques, consagrado nos jornais com o personagem ''Rango'', caem como uma luva no texto e realmente chamariam a atenção de qualquer guri indisposto a encarar o livro original.

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Diferente de muitas adaptações literárias feitas em quadrinhos com fins didáticos, esta edição da Desiderata valoriza a obra original e respeita características próprias da linguagem dos quadrinhos. O formato e o papel são adequados para a arte e há uma preocupação com os detalhes, como a fonte e os balões, que encaixam perfeitamente com a narrativa, o design da página e os desenhos de Vasques. O resultado é uma obra que ensina e também merece ficar ali na estante, do lado do livro de Barreto.



SERVIÇO

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-''Joquempô'' tem 52 páginas coloridas no formato 16,5 x 24 cm e custa R$ 19,50.


- ''Triste Fim de Policarpo Quaresma'' tem 60 páginas no formato 21 x 28 cm, a R$ 44,90.


O material citado acima pode ser encontrado em Curitiba na Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim, 845). O telefone de lá é (41) 3232-5367.

A maior parte dos textos publicados nesta coluna foi publicada na Folha de Londrina, tanto na versão impressa quanto na virtual.


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