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Peça une teatro e quadrinhos em Curitiba

26 out 2006 às 11:00
Detalhe do cartaz do espetáculo "Graphic", cuja história gira em torno de três pessoas que se expressam através de gráficos - Reprodução
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Curitiba - Passou o tempo em que os quadrinhos eram apenas passatempo e hoje sua linguagem multifacetada deixa de ser ignorada pelos outras mídias para se transformar em uma poderosa ferramenta de comunicação, não apenas no cinema como também no teatro. E a nona arte está presente novamente em mais uma peça da companhia curitibana Vigor Mortis, criadora de outros sucessos como Snuff Games e Morgue Story - Sangue, Baiacu e Quadrinhos. A nova peça, Graphic, segue a linha das duas anteriores e entra em cartaz a partir desta sexta-feira (27/10), no Teatro da Caixa, em Curitiba.

O diretor do grupo, Paulo Biscaia Filho, diz que Graphic dá continuidade às pesquisas de linguagem do grupo. ''Graphic une novamente estética de quadrinhos, cinema e teatro, porém o foco não está no terror trash, como em Morgue Story, embora a violência ainda esteja lá. Queremos aqui continuar a fazer algo com nossa cara, mas temos que nos preocupar em renovar idéias e não apenas repetí-las.''

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O resultado estará em cena numa peça sobre três pessoas que se expressam através de gráficos: Artie (Leandro Daniel Colombo) é um ilustrador de manuais de instruções que tenta desenvolver novas idéias para um personagem chamado Homem-Sombra; Becca (Carolina Fauquemont), uma ex-desenhista de fanzine que atualmente é uma executiva rodeada de gráficos financeiros e Raf (Rafaella Marques), artista de rua que trabalha com stencils.

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O encontro entre estes três e a disputa por uma vaga como desenhista de quadrinhos profissional em uma grande editora faz com que venham à tona suas frustrações, anseios e visões de carreira. A disputa chega a consequências tão radicais, a ponto de causar a morte de um dos personagens.

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''É uma peça sobre angústia no século XXI, mas não é uma montagem tendenciosamente filosófica. Nada disso. Gostamos de fazer montagens acima de tudo empolgantes e divertidas. É um conto sobre três personagens estranhos, melancólicos e divertidos'', acrescenta o diretor, que também assina o texto.


Para criar este universo de expressões gráficas, o grupo fez antes e durante os ensaios um workshop de desenho em quadrinhos com o artista plástico e quadrinhista DW, com quem a Vigor Mortis já tinha trabalhado em Morgue Story. Nesse estudo os atores, diretor e o cenógrafo do grupo, Guilherme Sant'ana, observaram e experimentaram o processo criativo de um ilustrador de quadrinhos.

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''Teatro, cinema ou quadrinhos. Cada um é uma linguagem com códigos e símbolos obviamente distintos. Para quem trabalha com teatro fazer este workshop foi como um japonês aprender português. Temos que recompreender a forma como pensamos a criação e a comunicação. Isso foi maravilhoso. É como iniciar do zero. Isso é claro que não significa que nos tornamos desenhistas profissionais, mas profissionais de teatro estudando uma linguagem alheia a nossa'', comenta Biscaia.


''O que iniciamos em Morgue Story, juntando quadrinhos e teatro, precisou ser amadurecido. Foi um desejo natural nosso de crescimento de pesquisa dentro da Vigor Mortis. Graphic é uma evolução natural de Morgue'', complementa.

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Os quadrinhos do personagem Artie foram criados pelo artista José Aguiar. O desenhista curitibano afirma ter se divertido ao confeccionar os manuais de instrução para o ator Leandro Daniel Colombo. ''O Dani é mais que um ator da Vigor Mortis. Ele é praticamente meu irmão de sangue. Eu já quase nem preciso dirigir o trabalho dele. Ele já sabe qual é a nossa estética e proposta'', comenta Biscaia. ''E os trabalhos do José feitos para o personagem Dani são de babar. Me deu vontade de abrir uma editora de quadrinhos! É uma honra ter um artista premiado e conceituado internacionalmente como o José com a gente.''


Um trio de artistas formado por Juan Parada, Claudio Celestino e Olho, especialistas em stencil (máscara de acetato recortada para aplicação de spray de tinta) com diversas exposições no currículo, fazem as obras de arte de rua da personagem Raf. Rafaella Marques, que interpreta a garota na trama, faz a aplicação de stencils durante a apresentação da peça.

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Para as obras de fanzines e mesmo os gráficos financeiros de Becca, DW volta a trabalhar com o grupo depois de ter criado o personagem Oswald - O Morto Vivo para Morgue Story.


Graphic não é, mas pode quase ser considerada uma continuação de Morgue Story. São usados no texto elementos do universo da peça anterior como citações a artista Ana Argento e ao mega-conglomerado Cruz de Barros, também já citado na peça Dimensão Desconhecida, em cartaz este ano numa parceria entre a Vigor Mortis e o grupo Antropofocus. ''É uma brincadeira divertida onde criamos nosso próprio universo. Uma cidade fictícia com nomes, marcas e lugares recorrentes. Isso é muito comum no trabalho do cineasta Kevin Smith, que foi uma forte influência em Graphic'', explicou Biscaia.

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Graphic pode ser conferida a partir desta sexta, sábado e domingo e, na próxima semana, de quinta a domingo, no Teatro da Caixa. São as únicas apresentações da peça em 2006. A peça conta com o patrocínio da Caixa.


(matéria escrita sobre press release)

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O SORRISO DO VAMPIRO


O ''japonismo'' está mesmo na moda -não só no cinema, como também na literatura, nos quadrinhos, em todo o setor cultural brasileiro e internacional- e a editora Conrad lança no Brasil mais uma produção da Terra do Sol Nascente. Desta vez, do mangá underground: Paraíso - O Sorriso do Vampiro, de Suehiro Maruo, enxerga o solo nipônico de uma forma bem mais cáustica e assustadora do que as tradicionais histórias de robôs, samurais e adolescentes mimadas em crise.


Paraíso - O Sorriso do Vampiro mostra um pouco do lado sombrio do meio adolescente urbano, infestado de festinhas particulares bizarras. A trama segue com um menino em busca da irmã desaparecida. E o clima é de vampirismo.


Comparado ao trabalho surrealista Bataille e Buñuel, ao suspense de Hitchcock e ao sarcasmo de Charles Burns, Maruo não chega a ser assim tudo isso, no entanto, é, no mínimo, interessante. Consegue realmente transmitir o clima de horror e inventou uma ferramenta de narrativa curiosa, em que partes do corpo de seus personagens -principalmente os olhos- acentuam a dramaticidade e cadência de suas sequências visuais. Se você gosta do sadismo japonês do tipo de filmes como Guinea Pig, este é um bom quadrinho pra ler no final de semana.


JENNY SPARKS


Graças ao bom trabalho de seu criador, Warren Ellis, Authority consolidou-se como um título de sucesso e atualmente retorna pelas mãos de Grant Morrison nos Estados Unidos, em nova fase. Antes disso, porém, a equipe de super-heróis bem ao estilo ''Watchmen dos anos 2000'' já havia dado seu recado e marcado época para uma nova ótica sobre os vigilantes de colantes coloridos. E parte dessa história é reconstruída pelo sempre inquieto e talentoso roteirista Mark Millar, em Jenny Sparks: A História Secreta de Authority.


Um breve resumo: Jenny Sparks, mais conhecida como o Espírito do Século XX, morreu na virada do ano 2000, claro, pois seu século de vida acabou. A edição da Devir Livraria remonta os dias da loira fumante, espirituosa e mandona do Authority em todas as décadas dos últimos cem anos. O encadernado da minissérie original norte-americana mostra o primeiro encontro de Jenny com Apolo, Meia-Noite, Engenheira, O Doutor, Swift e Jack Hawksmoor, que mais tarde seriam seus companheiros de equipe.


É bem verdade que a fase hardcore de Millar em Authority é tão boa e apreciada pelos fãs do que o período de Ellis. Em Jenny Sparks, no entanto, fica evidente que somente seu pai, Ellis, poderia explorar a acidez, o humor-negro e a coragem da personagem. Millar é esforçado e entende do que faz, mas a Jenny dele ainda é um pouco ''crua'', sem a centelha -com o perdão do trocadilho- de genialidade de outras histórias.


A arte de McCrea, em compensação, melhorou muito em relação à ''zoeira'' que ele propositalmente aprontava em Hitman. As tosquices de fanzine que ele aprontava com o mercenário de Garth Ennis aqui ficam de lado. McCrea acerta a mão na arte-final e se aproxima bastante do desenhista original de Authority, o incansável ilustrador Bryan Hitch.


Enfim, leia Jenny Sparks se realmente for fã de Authority.


Serviço: Peça Graphic, da Companhia Vigor Mortis. Texto, vídeo e direção: Paulo Biscaia Filho. Com Leandro Daniel Colombo, Rafaella Marques e Carolina Fauquemont. Cenografia: Guilherme Sant'ana. Desenhos: DW e José Aguiar. Stencils: Juan Parada/Olho/Claudio Celestino. Em cartaz nos dias 27,28 e 29/10 e 2,3,4 e 5/11. Quintas, sextas e sábados às 21 horas e aos domingos às 19 horas. Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (funcionários e clientes da Caixa, estudantes e idosos). No Teatro da Caixa, que fica na rua Conselheiro Laurindo, 280. Mais informações pelo telefone (41) 2118-5233 ou pelo site www.vigormortis.com.br.


Paraíso - O Sorriso do Vampiro, tem formato 16 x 23 cm, com 288 páginas preto-e-branco e custa R$ 33. Jenny Sparks - A História Secreta do Authority sai no formato 16,5 x 24 cm, com 120 páginas coloridas a R$ 35.


O material citado acima pode ser encontrado em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos:face to face+Jenny Sparks


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