Família

Brasileiras optam por cesariana por medo de sentir dor no parto

21 out 2013 às 10:39

Uma pesquisa especial sobre a experiência de vivenciar um parto no Brasil. A sondagem revela que a grande maioria das brasileiras (82%) está satisfeita com seu médico, que o medo da dor do parto normal é o maior motivo por trás do alto índice de cesarianas no país e que, embora bastante conectadas às redes sociais, as mulheres não andam postando notícias ao vivo enquanto estão ganhando bebê.

"Ouve-se falar muito que os médicos marcam cesarianas por sua própria conveniência de tempo e dinheiro, mas foi interessante notar nesta pesquisa como isso se combina a um medo que as brasileiras têm da dor do parto para chegar aos recordes de cirurgias que se faz aqui no Brasil", afirma Carolina Schwartz, coordenadora da pesquisa.


"Por outro lado, apesar dos grandes desafios que ainda envolvem o pré-natal e os partos, especialmente na rede pública, descobrimos que as mulheres estão mais contentes do que imaginávamos com a maneira como são tratadas pelos médicos e pelos outros profissionais de saúde."


A pesquisa Nascer no Brasil foi realizada com 1.924 leitoras do site BabyCenter Brasil que deram à luz ao longo de 2012 e responderam a quase 50 perguntas sobre suas expectativas, ansiedades e o que aconteceu antes, durante e depois do parto. Entre os destaques e tendências da sondagem estão:


47% das mulheres aprovaram a qualidade do pré-natal


61% fizeram o parto em um hospital do convênio médico


79% depilaram ou rasparam a virilha antes de ir para o hospital


56% não distribuíram lembrancinhas de maternidade


Cesariana por escolha


Quase metade das leitoras (48%) declararam terem marcado uma cesariana com antecedência. Uma proporção de 27% deram a luz por via vaginal e de 25% fazendo uma cesárea após tentativa de parto normal.


Mais de um terço (36%) das que optaram com antecedência pela cesárea citaram como motivo o medo do parto normal. Outro terço (31%) afirmou ter preferido a cirurgia eletiva por acreditar que era mais seguro para o bebê. Segundo 81% das entrevistadas que marcaram cesariana, não houve pressão do médico para agendar a cirurgia; 19% disse ter sentido tal pressão. Confira alguns depoimentos de mães que responderam à pesquisa e passaram por cesarianas:


"A impressão que tenho é que não existem tantos médicos prontos para um parto normal."


"Fiz por medo de acontecer alguma coisa errada e eu perder meu filho, já que eu já tinha sofrido um aborto."


Beleza é fundamental


Pode não ser dia de passeio, mas nem por isso a grande maioria das mamães brasileiras abriu mão de estar com boa aparência na hora do parto (e das que não tiveram nenhum cuidado de beleza o motivo foi a falta de tempo, porque o bebê nasceu antes do que previam):


57% fizeram pé e/ou mão


79% depilaram/rasparam a virilha


31% arrumaram o cabelo


"Infelizmente não deu tempo de fazer nada, pois minha bebê adiantou!", contou uma leitora do site.


Mais rede familiar, menos rede social


O nascimento de um bebê no Brasil é um evento que geralmente envolve a família toda e é cercado por um grande vai-e-vem de gente. Mas ao contrário do que indica a natureza altamente "plugada" dos internautas do país, somente 27% das mulheres declararam ter usado redes sociais para compartilhar informações diretamente do parto com familiares, contra 73% que optaram por se deslogar por completo.


A pesquisa constou que 89% das mamães receberam 20 visitantes ou menos no hospital ou maternidade após o nascimento do bebê, e apenas 11% delas tiveram a visita de 20 ou mais pessoas.

Quanto à filmagem para a posteridade, 38% das entrevistadas não quiseram, 28% não tiveram autorização do hospital e 25% gravaram todos os detalhes do nascimento.


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