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Como os pais devem auxiliar adolescentes com o uso do celular

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
24 set 2019 às 09:18

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- Reprodução/Pixabay
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Os celulares estão cada vez mais presentes no convívio de crianças e adolescentes. Alguns pais, também nativos digitais, não percebem as mudanças ou problemas que surgem em função do uso excessivo dos dispositivos. Como fazem parte da tecnologia, podem considerar que o excesso já faz parte da rotina familiar.

Entretanto, alguns estudos científicos comprovam que a tecnologia influencia comportamentos por meio do mundo digital, modificando hábitos desde a infância, o que podem causar prejuízos e danos à saúde a longo prazo.

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De acordo com uma pesquisa feita pela PRC (Pew Research Center), dos Estados Unidos, 54% dos adolescentes entre 13 e 17 anos acreditam que passam tempo demais no celular. Em média, a maioria das meninas alegou gastar muito tempo nas redes sociais, enquanto os meninos atribuem as excedentes horas aos jogos.

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O levantamento apontou ainda que checar as notificações e mensagens é a primeira coisa que 45% dos adolescentes fazem assim que acordam, ainda na cama. Mais de 30% deles dizem que perdem o foco na aula porque se distraem com seus telefones e cerca de metade das meninas (49%) dessa idade relatam se sentir ansiosas sem o aparelho por perto.

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"Não há uma recomendação científica para que adolescentes (de 10 a 24 anos de idade) usem ou deixem de usar celulares e redes sociais, mas se o fizerem que seja de forma cautelosa e ponderada”, afirma a Maíra Pieri Ribeiro, médica hebiatra da Faculdade São Leopoldo Mandic.


A hebiatria é uma subespecialidade da pediatria que engloba a saúde integral dos jovens e adolescentes de 10 a 24 anos de idade. O profissional acompanha não só a parte médica, mas também a saúde psicológica e social, orientando sob comportamentos de risco e diagnosticando precocemente o bullying, vícios e outros comportamentos.

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Segundo a especialista, o celular tem trazido pontos positivos, como o auxílio aos pais na segurança dos filhos com os lugares onde e com quem estão. Além disso, os relacionamentos virtuais podem ajudar adolescentes introvertidos a aprender como se socializar. Outro fator é que as redes sociais podem fornecer ferramentas de ensino mais atraentes, que são capazes de promover o engajamento de jovens estudantes.


No entanto, Maíra destaca que o uso exagerado pode ser um meio de fuga dos problemas, dependência ou inclusive um jeito de se sentir aceito pelo grupo. "O abuso diário das mídias sociais e das tecnologias tem efeito negativo na saúde de todas as crianças, pré-adolescentes e adolescentes, que se tornam mais propensos à ansiedade, à depressão e a outros problemas psicológicos, além de deixá-los mais suscetíveis a problemas de saúde no futuro”, salienta.

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Além disso, o uso precoce e de longa duração de jogos online, redes sociais ou diversos aplicativos com filmes e vídeos na internet pode causar dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas e dificuldades escolares. Já a dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos por uso de headphones, problemas visuais, problemas posturais e lesões de esforço repetitivo (LER).


A especialista aponta ainda que, além de todos os problemas citados acima, existem ainda aqueles que envolvem a sexualidade, como maior vulnerabilidade ao groominge sexting, incluindo pornografia, acesso facilitado às redes de pedofilia e exploração sexual online. Há, também, a facilidade de compra e uso de drogas, pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio, além das "brincadeiras” ou "desafios” online que podem ocasionar consequências graves e até o coma por anóxia cerebral ou morte.

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A recomendação, segundo a especialista, é que o tempo de uso diário de tecnologias deve ser limitado e proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-psicossocial das crianças e adolescentes. De acordo com ela, para jovens e adolescentes não há um número de horas determinado para ficarem no celular, porém eles devem usá-lo de forma ponderada sem exageros e sem que atrapalhe sua vida escolar e social. "Tudo o que é exagerado está muito próximo dos motivos que levam ao uso de drogas. Também os pais devem ficar atentos pois muitos filhos só copiam aquilo que veem os pais fazendo”, salienta.


Uma das dicas é que os pais conversem com os filhos sobre internet e também sobre as redes sociais e quais os sites que são mais apropriados, de acordo com o desenvolvimento e a maturidade de cada um, compartilhando o uso positivo das tecnologias digitais nas tarefas de rotina ou lazer, mas sem invadir os espaços e as mensagens de cada um.

"O celular não deve ser substituto de afeto e carinho. Os adolescentes estão em um momento em que a presença dos pais não é tão importante, porém, os pais devem saber o que está acontecendo com eles. Isso deve ser conquistado desde a infância, não só quando os desafios da adolescência aparecem”, finaliza a especialista.


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