Um estudo divulgado no National Center for Biotechnology Information, nos Estados Unidos, analisou riscos e benefícios da cirurgia plástica combinada. Foram avaliados 248 procedimentos realizados num período de dez anos pelo mesmo cirurgião: somente abdominoplastia, abdominoplastia combinada com mamoplastia, abdominoplastia combinada com facelift e abdominoplastia combinada com facelift e mamoplastia.
O objetivo do estudo era, principalmente, saber se o tempo maior de anestesia poderia causar complicações adicionais aos pacientes. Os resultados desse estudo retrospectivo não indicaram agravamento de riscos. Ao contrário, mostraram benefícios que devem ser considerados, como um período único de recuperação, custos reduzidos e a rápida gratificação do paciente.
Na opinião do cirurgião plástico Alieksiéi Carrijo, diretor da clínica Plástica BR, em São Paulo, nem todo procedimento cirúrgico tem indicação para ser realizado concomitantemente a outras cirurgias. "Os pacientes que podem ser submetidos a múltiplos procedimentos, como abdominoplastia, lipoaspiração e colocação de próteses mamárias, por exemplo, têm de ser selecionados minuciosamente, levando-se em conta tanto critérios clínicos como fatores físicos".
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Carrijo aponta como principais ganhos da cirurgia combinada a redução do trauma cirúrgico. "Por trauma cirúrgico entendemos tudo o que está relacionado à cirurgia em si, bem como o pós-operatório e o tempo de retorno às atividades normais. Mas é necessário garantir que o paciente esteja em ótimo estado clínico e com peso estável por um período razoável, além de não apresentar doenças associadas", diz.
Com o aumento da popularidade, parece que muita gente hoje em dia considera se submeter a uma cirurgia plástica para melhorar a aparência, a autoestima, ou ainda para corrigir problemas com desdobramentos para a saúde – como a redução de mamas muito grandes que começam a comprometer a coluna. "Os benefícios físicos são mais óbvios, na medida em que os resultados podem ser comprovados ainda na fase de recuperação, mesmo em meio a inchaços e hematomas. Exemplo disso são as cirurgias de lipoaspiração combinadas com o aumento das mamas. Mas os ganhos emocionais podem ser ainda maiores. Muitas vezes, a pessoa carrega traumas por anos e anos até que se livra deles num único procedimento cirúrgico. A rinoplastia nos traz muitos exemplos disso, bem como a correção de orelhas de abano. Geralmente, esses problemas causam traumas e resultam em baixa autoestima desde a infância", diz o médico.
O especialista não descarta que toda cirurgia plástica envolve os mesmos riscos de qualquer cirurgia, como a reação de cada paciente à anestesia ou mesmo as chances de infecção e complicações pós-cirúrgicas. "Essa é outra vantagem da cirurgia combinada, porque o paciente não se expõe a riscos duas ou três vezes. Ao contrário, desde que seja bem planejada por um profissional competente e o paciente atenda às indicações cirúrgicas, o resultado tende a ser bem sucedido", diz Carrijo – chamando atenção para a importância, também, de somente realizar cirurgias plásticas (combinadas ou não) em hospitais que tenham Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por estarem mais preparados para intercorrências que, embora raras, podem acontecer.
*Alieksiéi Carrijo é cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), diretor da clínica Plástica BR, em São Paulo (www.alieksieicarrijo.com.br / www.plasticabr.com.br).