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Educação

Estudo nacional aponta excesso de alunos por professor nas salas de aula

DOUGLAS KUSPIOSZ - ESPECIAL PARA A FOLHA
30 abr 2023 às 16:14
- Pixabay
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A professora Bruna (nome fictício, já que a docente preferiu ter a identidade preservada), atua nos últimos anos do Ensino Fundamental e leciona para mais de 700 alunos. São 300 estudantes na rede pública, em que é contratada como PSS (Processo Seletivo Simplificado), e 400 na rede privada. Com isso, a docente precisa trabalhar todos os dias, inclusive aos finais de semana e feriados, para dar conta de planejar aulas, elaborar e corrigir atividades e avaliações.


A realidade de Bruna é a mesma de muitos professores brasileiros que, além de lecionar para muitas turmas, precisam se deslocar grandes distâncias e trabalhar em muitas escolas para cumprir sua carga horária.

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A FCC (Fundação Carlos Chagas) realizou um estudo em que analisa o volume de trabalho de docentes nos anos finais do Ensino Fundamental (6° ao 9° ano). Foram feitos dez estudos de caso, com redes estaduais e municipais, e percebidos contextos muito diferentes no ensino brasileiro.

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A pesquisadora Gabriela Miranda Moriconi, que participou do estudo, lembra que uma primeira edição buscou comparar as condições de trabalho de professores brasileiros com profissionais dos Estados Unidos, da França e do Japão.

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“A gente identificou que no Brasil o volume de trabalho dos professores é maior do que nos outros países, considerando os dados médios. Vimos que 54% dos nossos professores atuam com mais de 200 alunos, que é algo que raramente acontece nos EUA ou no Japão, por exemplo”, explica.


Já a segunda edição foi feita a partir de dados do Censo da Educação Básica de 2019, documentos, normativas e entrevistas com integrantes das redes de ensino. “Partimos da constatação que há grandes diferenças nesse volume de trabalho de acordo com a rede. Há redes com média de 11 alunos por professor, e outras com média de 525.”

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De acordo com Moriconi, os números do Censo mostram que o Paraná tem uma média de 237 alunos por professor nos anos finais do Ensino Fundamental. A situação é melhor que em outros estados, mas o número ainda é considerado alto. Em Roraima, por exemplo, a média é de 180.


O relatório da FCC, elaborado em parceria com a associação D³e (Dados para um Debate Democrático na educação) e o Itaú Social, propõe o número de 210 alunos por professor, levando em consideração os outros países estudados.

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“É uma proposta de número máximo, considerando os achados do relatório anterior, de que raramente nesses outros países os professores têm mais de sete turmas”, afirma Moriconi. “E 30 alunos por sala é o que já traz a recomendação do PNE [Plano Nacional de Educação] nesse sentido.”


As recomendações dos pesquisadores são adotar a jornada de trabalho integral como padrão, e ter a parcial como opção; limitar a carga horária a 40 horas semanais; garantir um terço da jornada para trabalho extraclasse; pagar remuneração atrativa; e concentrar a atuação em apenas uma escola.


A professora Bruna conta que já teve oportunidade de trabalhar no ensino integral e acredita que esse é um bom modelo. “Eu sentia que conseguia realizar a maior parte das minhas atividades dentro da própria escola, e não em casa”, relata, pontuando que aumentar a hora-atividade e devolver carga horária para disciplinas como Artes, Sociologia e Filosofia também seriam mudanças positivas. “Conheço professores que dão aulas em cinco escolas diferentes porque, do contrário, não conseguem fechar suas cargas horárias.”


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