O Curso de Atualização de Toxoplasmose para Profissionais de Saúde será ofertado em nível nacional, entre 1º de setembro de 2021 a 30 de setembro de 2022. O curso será ministrado pelos integrantes do Programa de Apoio à Implementação ao Protocolo de Vigilância, Diagnóstico e Referência da Toxoplasmose Congênita, ativo desde 2006 e vinculado ao Ministério da Saúde, do Governo Federal, responsável pela elaboração – primeiro, em nível municipal, depois estadual e federal – de um protocolo único para combate à toxoplasmose em todo o território brasileiro.
As aulas online têm o objetivo de capacitar médicos e demais profissionais de Saúde sobre o protocolo do MS (Ministério da Saúde) no combate à toxoplasmose gestacional e congênita. O curso, que será transmitido online, está em produção pela equipe e deve ser disponibilizado para acesso dos participantes no final de 2021. A participação dos profissionais de Saúde de todo o Brasil será definida pelo Ministério da Saúde e é obrigatória.
Dividido em cinco módulos, o curso de toxoplasmose abordará os conceitos básicos da doença, vetores de transmissão, principais características, entre outros assuntos. Nos módulos, serão abordados os aspectos gerais da doença; as formas de diagnóstico; as manifestações da doença em gestantes; as manifestações da doença no feto; e, por fim, no último módulo, a abordagem das gestantes nas unidades de saúde. Ao fim, será aplicada uma prova aos profissionais.
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As inscrições são gratuitas e serão disponibilizadas pelo Ministério da Saúde aos envolvidos quando o evento estiver próximo. Poderão ser feitas por meio deste link.
15 anos de atividades - Segundo um dos professores integrantes do projeto, Italmar Teodorico Navarro, do Departamento de Medicina Veterinária, do CCA (Centro de Ciências Agrárias) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), o projeto nasceu de forma pioneira em Londrina, em 2006. "Iniciamos os estudos para criar um protocolo único para o tratamento da doença nas gestantes no Brasil. "O principal problema da toxoplasmose é o tempo. Nem a gestante, nem a criança devem esperar pelo tratamento”, comenta Navarro.
Em 2006, a partir de um convênio firmado com a Prefeitura de Londrina, o projeto cresceu e culminou em uma parceria com o Governo do Estado. Depois, com o Ministério da Saúde, o que exigiu a unificação nacional dos protocolos. "Disso, nasceu a Cartilha do Estado do Paraná para a Conduta de Toxoplasmose Congênita, em 2018. Então, criamos um protocolo único para a doença em gestantes. Depois da cartilha, foi necessário começar a disseminar o conhecimento sobre o tratamento da doença, e aí surgiu o curso online”, explicou Navarro.
O principal objetivo do curso é eliminar a disparidade de informação entre os profissionais de saúde, considerando as questões estruturais de cada região brasileira. "Uma coisa é atender uma grávida com toxoplasmose em Londrina, em um centro urbano, com acesso a laboratórios, facilidades para exames etc. Outra coisa é fazer isso em uma região afastada, com dificuldade de acesso”, explica. Por isso, o grupo desenvolveu, também, um teste sanguíneo rápido que indica em 15 minutos se há infecção pela doença. "Não precisa de clínica nem de laboratório de alta complexidade.”
Toxoplasmose: grave e silenciosa - A toxoplasmose é uma zoonose causada por um parasita e transmitida via fezes de gatos contaminadas. A contaminação se dá por via oral, pela ingestão de alimentos e água contaminada. Não apresenta, em geral, riscos para a gestante, mas pode ser grave para o bebê, principalmente se a infecção ocorre no terceiro trimestre de gestação. Nesses casos, há mais chances de o parasita atravessar a barreira da placenta e entrar em contato com o bebê.
"Com o diagnóstico da doença, que hoje é feito pelo teste do pezinho por um trabalho que começou a ser desenvolvido por nós, desde 2010, não podemos esperar para tratar. Diagnostica em uma semana, começa o tratamento da toxoplasmose congênita no máximo na outra. Senão, a criança começa a apresentar problemas neuromotores, de cognição e assimilação logo nos primeiros dois ou três anos, no começo da idade pré-escolar. É uma doença silenciosa”, salienta Navarro. A cada mil nascidos no Brasil, de 1 a 5 desenvolvem toxoplasmose na infância.
Participam do projeto e do curso online 17 professores, além de dois estudantes pós-graduandas. A coordenação do projeto e do curso são da professora Regina Mitsuka Breganó. A equipe técnica do Nead (Núcleo de Educação a Distância), do Labted (Laboratório de Tecnologia Educacional da UEL), é responsável pela gravação das aulas no formato remoto.