O professor e pesquisador Admilton Oliveira Deméter, do CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), figura na segunda posição da 1ª edição do Prime (Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado), com o estudo sobre agente biológico para o controle de doenças de plantas. Além da ação fungicida, o bioproduto – Projeto Deméter – obteve resultados favoráveis para o crescimento de plantas com mais vigor, e poderá ser aplicado contra o mofo branco e a ferrugem da soja.
O resultado final do Programa foi divulgado no início da semana durante cerimônia virtual realizada pelos parceiros a Seti (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), Superintendência de Inovação, Fundação Araucária e o Sebrae/PR (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná).
Dos 21 projetos inscritos, cinco foram selecionados para participar do programa de pré-aceleração de startups, ofertado pelo Sebrae/PR.
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1ª Edição do Prime - O investimento na primeira edição do projeto foi de R$ 90 mil, a expectativa é que o valor aumente para a segunda edição. Já estão reservados R$ 400 mil para o programa todo. O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destacou o caráter inovador e pioneiro do projeto no Estado.
"Nosso objetivo é estimular novas habilidades e competências empreendedoras nas universidades estaduais, adotando o empreendedorismo como estratégia de negócio, para apoiar novas soluções tecnológicas no Estado do Paraná. É um processo que servirá de inspiração para as próximas edições”.
Para o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig o Paraná possui uma teia de ecossistemas de inovação diferenciada. "É justamente essa diversidade que faz com que consigamos alavancar recursos. Temos clareza em utilizar a alta qualificação que possuímos na chamada quádrupla hélice formada por academia, empresas, setor público e sociedade civil, na qual o governo paranaense vem buscando ampliar ações para incentivar novas soluções e ideias que ajudem no desenvolvimento do Estado”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
Desde que foi lançado, em dezembro de 2020, os pesquisadores participaram de diversas rodadas de pitch (técnica utilizada para apresentação de negócios inovadores), mentorias especializadas e consultorias individuais. O programa somou quase 100 horas de capacitação com os participantes.
A consultora do Sebrae/PR, Vivian Escorsin, ressaltou que a estrutura do Prime foi pensada para auxiliar os pesquisadores a construírem um modelo de negócio competitivo. "Nosso objetivo é a produtização das iniciativas que nascem nas universidades. O Prime insere nas pesquisas uma visão inicial de mercado, capacitando os pesquisadores paranaenses para que possam compreender as oportunidades de negócios”.
Escorsin também explica que a primeira edição foi voltada para o público das Universidades Estaduais do Paraná, mas que, a partir da segunda edição, pesquisadores ligados a uma instituição de ensino, ciência, tecnologia e inovação pública ou privada poderão participar.
Para realizar a pré-inscrição no programa basta clicar neste link. Caso existam dúvidas, o candidato poderá enviar um e-mail para [email protected].
Outros selecionados - A presidente da Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público) e reitora da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), Fátima Aparecida da Cruz Padoan ressaltou a importância da iniciativa. "O Prime ajuda a demonstrar como nossas universidades são essenciais no desenvolvimento econômico e social do Estado. Essa aproximação das instituições públicas com as empresas privadas é de grande valia para toda a população”.
O primeiro lugar foi conquistado pelo professor Carlos Ricardo Maneck Malfatti, da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), que desenvolveu uma cerveja artesanal, enriquecida com bioativos para diabéticos, a partir da utilização de alecrim do campo. O extrato do alecrim do campo é recomendado para pessoas que possuem diabetes, pois ajuda na redução dos níveis de glicemia no organismo.
"O Prime é uma excelente estratégia de conexão entre os pesquisadores das universidades, órgãos do Governo do Estado e o Sebrae. Esse tripé acelera o desenvolvimento dos projetos, identifica novas potencialidades e nos aproxima com o setor produtivo e empresarial. O programa contribuiu muito para a evolução da nossa iniciativa”, destaca Malfatti.
Completam o pódio, em terceiro, a professora Mayra Gallo, da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), com o Bio-HiJAck, fungicida biológico para combater a ferrugem-asiática, doença da soja. O professor Affonso Celso Gonçalves Junior e Daniel Schwantes, da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), foi o quarto classificado com a pesquisa que resultou em um filtro sustentável para descontaminação de águas e solos.
Na quinta colocação ficou a estudante do mestrado em Nanociências e Biociências da Unicentro, Camila Rickli com o Daoxi, dispositivo para o controle automatizado da oxigenoterapia (utilização de oxigênio para tratamentos médicos).