Um projeto de pesquisa desenvolvido por pesquisadores do CCE (Centro de Ciências Exatas) e CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) tem introduzido bactérias em mudas de plantas tropicais para aumentar sua resistência à seca prolongada.
Intitulado “Inoculação com pool de bactérias associativas como uma estratégia para o aumento da tolerância de espécies arbóreas neotropicais ao déficit hídrico”, o projeto é coordenado pelo professor Halley Caixeta de Oliveira, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal/CCB, e conta com a participação de outros três pesquisadores do departamento: Renata Stolfi Moreira, José Antônio Pimenta e José Domingues Toresan. Pelo Departamento de Bioquímica e Biotecnologia/CCE, atua, na pesquisa, o professor André Luiz Martinez.
As plantas arbóreas são objeto de estudo do grupo desde 2011. Os financiamentos para o projeto, no entanto, começaram em 2014. Desde então, professores e alunos se empenham em utilizar as bactérias Bacillus velezensis e Azospirillun brasilense , que já é comercializada como um produto destinado ao desenvolvimento vegetal. “A novidade do projeto é a inclusão, no pool, do Bacillus velezensis ”, afirma Moreira.
Leia mais:
Câmara aprova proibição de celulares em escolas do país
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Paraná pode ter 95 colégios dentro do programa Parceiro da Escola a partir de 2025
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Entre as espécies arbóreas utilizadas, a Embaúba do brejo ( Cecropia pachystachya ) e o Jequitibá Branco ( Cariniana estrellensis ), comumente usadas em reflorestamento nas regiões tropicais, são as predominantes.
Como parte inicial do projeto, o grupo cultiva mudas no viveiro do CCB, onde são aplicadas as bactérias para a observação dos resultados. Com o avanço do projeto, é esperado que futuramente seja criada uma faixa na Fazenda Escola dedicada à criação das espécies.
“Com a aplicação das bactérias, já pudemos observar que há uma redução do estresse hídrico nessas plantas. Houve um aumento do processo de germinação, inclusive já mostrado em TCCs e teses de estudantes, que evidenciam o aumento da resistência da planta à intempérie da seca”, explica o professor Oliveira.
Financiamento
Recentemente, o projeto recebeu R$ 12.410,79 provenientes do Edital do Programa Institucional de Pesquisa Básica e Aplicada, da Fundação Araucária. O valor será destinado à compra de equipamentos de pequeno porte para o desenvolvimento das pesquisas, como centrífuga e ar-condicionado.
Segundo os pesquisadores, uma das intenções da agência financiadora da pesquisa é a transformação do projeto em um Napi (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação), destinado a projetos que tenham um cunho prático e envolvam iniciativas tecnológicas para o desenvolvimento do Paraná.
O grupo de pesquisa também é composto por 13 estudantes contemplados com bolsas, de vários níveis. Desses, 10 são bolsistas de doutorado, mestrado, pós-doutorado e iniciação cientifica do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas; os demais bolsistas são dois mestrandos e um doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia.
As bolsas são concedidas pela Fundação Araucária, Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).