Ainda convivendo com dias turbulentos devido ao clima de apreensão por conta dos ataques em escolas registrados entre o fim de março e o início de abril, o Cemca (Colégio Estadual Professora Maria Cintra de Alcântara), em Tamarana, na Região Metropolitana de Londrina, encontra na lista de aprovados do curso mais concorrido do vestibular o respaldo necessário para sacodir a poeira e espalhar motivação entre a comunidade escolar.
A boa notícia vem de três alunas que deixaram a instituição há pouco tempo. Bruna Santos de Campos e Paola Giordana Gregório conquistaram vaga em Medicina no vestibular 2023 da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Além delas, Ana Júlia Gomes obteve uma cadeira na mesma graduação, mas fará as malas para Toledo (Oeste), onde vai estudar no campus da UFPR (Universidade Federal do Paraná). A FOLHA conversou com Gomes e Gregório no sábado (13).
Quando deu o pontapé nos estudos, a agora caloura de 19 anos – classificada na mais recente chamada da federal –, chegou a conciliar a jornada com idas à unidade de Londrina da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná). “Eu ficava com as vendas e meu pai carregava as verduras”, contou ela, que mora com a família no Bairros dos Moreira, área rural de Tamarana.
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Segunda a futura médica, um câncer enfrentado pela hoje falecida avó materna Maria José Brasilino Gomes trouxe a rotina hospitalar para dentro da família – e, com isso, o encanto pela profissão de quem cuidava da progenitora. “Convivi bastante com ela no HU [Hospital Universitário, de Londrina] e percebi que aquilo era o que eu queria para a vida. Eu adorava aquele universo.”
As recém-aprovadas tiveram em conteúdos virtuais como aulas e apostilas para vestibulandos o acréscimo necessário para perseguir a meta da faculdade. Elas, no entanto, fizeram questão de salientar o papel desempenhado pelos educadores das escolas que frequentaram, em especial por professores de biologia.
“Eu odiava biologia, e ele me fez amar. Ter professores que te mostram que é possível faz muita diferença”, contou Gomes. “Eu soube aproveitar bem a escola pública. Fui medalhista da Olimpíada Brasileira de Matemática [das Escolas Públicas – Obmep], isso me incentivou bastante”, relatou Gregório, 20, que ainda estudou em unidades públicas de ensino de Paiquerê e Lerroville, distritos de Londrina.
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