O índice de analfabetismo em crianças de sete anos cresceu 100% no Brasil de 2019 a 2022, conforme relatório divulgado na terça-feira (10) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Em 2019, o estudo aponta que 20% das crianças dessa idade não sabiam ler nem escrever.
Já em 2022, esse percentual saltou para 40%, de acordo com o informe a respeito da Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil.
Leia mais:
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Governo poderá decidir futuro de colégios que não registrarem quórum mínimo em votação
Após reforma e ampliação, Londrina entrega Escola Municipal na Zona Norte
Estudante de Rolândia vai jantar com Lula e representar o Paraná em evento nos EUA
Os números do analfabetismo são ainda piores entre crianças negras ou das regiões Norte e Nordeste.
O analfabetismo é um dos indicadores da "pobreza multidimensional", juntamente com a renda, informação, água, saneamento e moradia.
Santiago Varela, especialista do Unicef, alerta sobre a "grande piora" nos índices de analfabetismo nesse período, que foi influenciado pala pandemia do coronavírus a partir de 2020, quando as escolas foram fechadas .
O especialista recomendou que autoridades façam um "esfororço concentrado" para superar esse passivo educacional.
O Unicef ainda fez uma análise sobre o percentual de crianças e adolescentes de até 17 anos que vivem com até R$ 541 mensais, considerado como "nivel mínimo" para satisfazer necessidades básicas.
Em 2019, 40 % dos 52,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivíam com até 541 reais por mês, e em 2022 esse percentual caiu para 36%, "em parte por conta das políticas de auxilio emergencial" do governo, comenta o relatório.