A UEL e a Prefeitura Municipal de Londrina oficializaram, nesta terça-feira (24), um protocolo de intenções para a realização de um curso de formação continuada de combate ao racismo, direcionado a um grupo de 40 servidores das duas instituições com o objetivo de aprimorar o conhecimento deste grupo sobre questões étnico-raciais e outros tópicos]
O curso é resultado de uma parceria estabelecida entre o município e a Universidade, em março passado, como reflexo do trabalho iniciado no ano passado pelo GT-UEL na Luta Contra o Racismo e Gestão de Promoção da Igualdade Racial. O documento foi assinado durante cerimônia realizada nesta terça pela manhã, no Anfiteatro Cyro Grossi, no Centro de Ciências Biológicas (CCB), no Campus Universitário.
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O curso “Tecendo Diálogos para Práticas Antirracistas” deverá atender, num primeiro momento, servidores dos setores da Assistência Social e Saúde do município, além de chefes de divisão da UEL, em quatro encontros que serão realizados nos dias 31 de outubro, na próxima terça-feira, e, depois, em 14, 21 e 29 de novembro, totalizando 16 horas. As atividades serão realizadas no Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) e no Laboratório Escola de Pós-Graduação (Labesc), no Campus. Entre os temas abordados, estão relações étnico-raciais, práticas antirracistas, letramento racial, racismo e derivados, luta antirracista e diálogos interculturais. Todos os módulos serão dados por membros do GT-UEL na Luta Contra o Racismo.
Segundo o reitor em exercício da UEL, Airton Petris, o curso consolida a iniciativa da comunidade universitária em buscar uma mudança cultural e de comportamento. Ele destacou a importância do curso para o combate à desigualdade, por meio da difusão de conteúdo que deverá beneficiar os recursos humanos da Universidade e da Prefeitura.
O vice-prefeito de Londrina, João Mendonça, afirmou que a luta contra o racismo tem um caráter permanente e que o esclarecimento e a educação são ferramentas importantes para uma mudança social.
A secretária de Recursos Humanos em exercício, Marcelle Diorio de Souza, explicou que as atividades do primeiro módulo do curso de capacitação serão realizadas nas próximas semanas, sendo que os servidores deverão participar de uma segunda etapa a partir de fevereiro do próximo ano. O conteúdo deste segundo módulo ainda está sendo preparado.
A diretora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab) da UEL, Marleide Perrude, lembrou que o racismo é uma prática silenciosa de discriminação contra pessoas negras e indígenas, muitas vezes sutil. Dessa forma, o curso de formação se torna importante porque vai ao encontro do chamado Eixo 3 da campanha UEL na Luta contra o Racismo, que é a formação de uma comunidade antirracista. Os demais eixos são reconhecimento da existência do racismo no cotidiano; visibilidade para ações de enfrentamento e superação e a denúncia de atitudes racistas.
Letramento social
O curso da capacitação propõe uma discussão sobre a temática racial com o objetivo de promover reflexões que possibilitem a interpretação de códigos e práticas racistas presentes no cotidiano. As atividades deverão promover a problematização sobre conceito de raça, uma análise sobre percepção e conceitos relacionados ao racismo estrutural e institucional e suas implicações. A proposta é identificar, contextualizar e excluir atitudes e expressões racistas, além de promover uma reflexão sobre a importância de uma educação antirracista.
Ao todo, a Universidade Estadual de Londrina conta com quase 2400 servidores efetivos, aptos a fazer o curso, segundo os dados da pesquisa UEL em Dados 2022. A Prefeitura, por sua vez, tem em seu quadro de funcionários quase 11 mil servidores.