Considerado um dos grandes nomes atuais da cena mundial de psytrance, o inglês John Ford, mais conhecido como DJ Eskimo, se apresenta na noite desta quinta-feira, na sede campestre do Londrina Esporte Clube.
Depois, segue agenda por Cuiabá/MT (3/11), Campinas/SP (10/11) - na edição especial do XXXPerience - e Goiânia/GO (11/11). Dono de uma batida diferenciada, em que une toques de hip hop, funk, rock progressivo, house e techno, Eskimo promete agradar o público brasileiro para o qual se apresenta pela sexta vez.
O psytrance ou trance psicodélico tem uma batida rápida, entre 135 e 165 batidas por minuto (bpm). Tem como característica principal a idéia de transe em que o ouvinte entra ao ser embalado pelas linhas de sintetizadores repetidas ao longo das batidas da música, num compasso 4/4.
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Adepto desse estilo de música eletrônica que surgiu em Israel no fim dos anos 80 a partir do Goa trance, Eskimo é filho de um dos primeiros DJs ingleses de psytrance, John Phantasm. Influenciado pelo pai, aos 9 anos já aprendia a dominar as pick-ups no estúdio que mantinham em casa e a tocar em algumas festas em companhia do pai DJ.
Aos 17 anos, em 2002, Eskimo lançou seu primeiro CD - ''Can you pick me up?'', álbum que logo alcançou uma posição privilegiada na elite do trance. Desde então, Eskimo vem ganhando fama internacional e a trajetória de sucesso já lhe rendeu seis álbuns e mais de 150 composições próprias. Nada mal para o DJ de apenas 22 anos. Para o ano que vem, Eskimo pretende preparar um novo CD. ''Vou aproveitar o verão londrino, em janeiro, para me trancar no estúdio e desenvolver criações bem originais'', garantiu, por telefone. Confira abaixo outros destaques da entrevista à Folha.
Na sua opinião, há muita diferença entre o público brasileiro e os outros públicos que prestigiam as suas apresentações?
A primeira diferença tem a ver com o tamanho do Brasil. Aqui há sempre um grande número de pessoas. Se em Londres normalmente toco para duas mil pessoas, aqui já cheguei a tocar para 30 mil. Outra característica forte daqui é que há muitas pessoas jovens, da minha idade, da mesma geração, que vão aos shows e isso é muito legal. E atualmente, em Londres, está sendo muito comum a presença de muitos brasileiros em meus shows.
É a sua sexta vez no Brasil. Sempre veio a trabalho ou já aproveitou as férias por aqui?
Sempre estou trabalhando, cumprindo agenda com muitas festas, mas quero muito tirar férias aqui, de um mês, aproveitando as praias brasileiras, visitando novamente a Bahia, que é um lugar muito bonito.
Como foi começar a trabalhar com música eletrônica aos nove anos de idade?
Bom, desde a infância cresci rodeado pela atmosfera da música e não demorou para o meu pai, que também é DJ, começasse a me ensinar a mixar em um estúdio que tínhamos em casa. E logo eu comecei a criar as minhas próprias músicas depois que eu voltava da escola. Depois disso, eu me tornei um DJ e parei de fazer música, por volta dos 15 anos. Mas, aos 17, voltei a produzir as minhas músicas. Hoje trabalho como DJ, mas discoteco somente as músicas que componho. Não gosto muito de diferenciar se sou um DJ ou um compositor. As duas coisas de fundem.
O seu pai teve uma grande influência na sua carreira musical?
É evidente que foi ele quem deu o primeiro empurrão, mas construí o meu caminho, descobri a minha própria direção. E eu gosto de tudo que é bom música e não faz diferença se é rock, eletrônica, salsa...Uma boa música é uma boa música. Mesmo que você não a ouça diariamente, você percebe quando a música tem qualidade.
Algum DJ ou cantor brasileiro que admira pela qualidade musical?
Já me apresentei com muita gente boa, mas não consigo me recordar de um nome específico.
E como definiria o seu estilo como DJ?
Eu não sei. Acho que não tenho estilo. Sou 'estilo livre'. Gosto muito de tocar diferentes melodias. Essa coisa de definir um estilo é muito complicado. É como se você dissesse: 'hoje só vou usar azul'. Acho que temos que misturar as coisas, diversificar.
Quando está se preparando para uma apresentação, você define com muita antecedência as músicas que irá tocar?
Ah, depende. Às vezes vou para o estúdio e componho algumas músicas que aproveito para experimentar na festa em que vou me apresentar. Assim, pela reação do público, percebo se a música está muito forte ou pesada, se é melhor colocá-la no final ou início da discotecagem. É uma espécie de experimento (risos). Outras vezes utilizo músicas que já são mais conhecidas do público.
Uma das boas coisas do meu trabalho é ter a liberdade para poder fazer esse tipo de escolha, ainda mais tocando praticamente toda semana.
Agora uma curiosidade. De onde surgiu o seu nome artístico - Eskimo -, que em inglês significa esquimó?
Eu gosto muito desse nome, acho original e foi eu mesmo que o escolhi. Eu não acredito que nomes artísticos tenham que ser muito 'profundos' por alguma questão espiritual ou astrológica. Há alguns anos havia uma festa em Londres que tinha esse nome. A partir daí, não sei bem o porquê, comecei a pensar seriamente em um nome artístico para mim e gostei de Eskimo. É simples, curto, e de efeito, pois as pessoas lembram dele.
Está preparando algum disco novo?
Está meio complicado pelo excesso de trabalho, mas pretendo aproveitar o verão londrino, em janeiro, para me trancar no estúdio e desenvolver criações bem originais, misturando música eletrônica e rock n' roll, por exemplo. Quero fazer coisas diferentes do que tenho feito e isso é perigoso porque corro o risco das pessoas não gostarem.
Serviço:
DJ Eskimo e Line-up com 14 DJ's
Data: 1º de novembro, quinta-feira, a partir da meia-noite
Local: sede campestre do Londrina Esporte Clube
Endereço: R. Isaías Canette, 725 - Jd. Ibirapuera). Haverá estacionamento oficial
Ingressos: a partir de R$ 20,00 à venda no Pátio San Miguel (Av. Higienópolis, 762)
Informações e reservas: (43) 3357-1000