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Badulaque teve origem no Festival de Inverno da UFPR

Rodrigo Juste Duarte
17 set 2001 às 16:09

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Em 12 de julho, a banda Badulaque apresentou-se no 11º Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para eles, Antonina não é apenas a cidade onde ocorre este festival que serve de vitrine para muitos artistas. Mais do que isso, é a causa da existência do grupo, pois o embrião do Badulaque surgiu em Antonina, no Festival de Inverno de 1999, dois anos atrás.

Paulo Nadal , o Girino, inscreveu-se na curiosa oficina "formação de dupla caipira", ministrada por Sérgio Deslandes e Ivan Graciano (filho da dupla Belarmino e Gabriela, autores de "As mocinhas da cidade"). No último dia, os alunos da oficina apresentaram os resultados do que aprenderam durante a semana. Paulo convidou o amigo Pedro Solak para formar sua dupla. Interpretaram uma música de autoria do próprio Paulo, "Carla Fernanda", gravada por sua antiga banda, a chapecoense Repolho.

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Muito cômica, a apresentação despertou entusiasmo no público. "Nos apresentamos duas vezes. Na segunda, a equipe de filmagem pediu para que voltássemos ao palco, pois eles queriam filmar o número por inteiro. Como gostaram, resolvemos levar o trabalho adiante", conta Pedro, entusiasmado. No começo com uma veia caipira, o grupo mostra hoje uma cara autodefinida como MPB chinelona.

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O nome veio do costume que a banda tem de levar para o palco uma infinidade de sucata e objetos estranhos para com eles fazer música - butijão de gás, carrinho de feira e todo tipo de lata são algumas delas. Num show realizado na FAP (a faculdade de onde veio a maior parte de seus integrantes), a banda levou para o palco uma enorme quantidade de tralha. Em certo momento, Pedro indagou: "Pô, Paulo, como é que vamos fazer par levar tanto badulaque?", assim espontaneamente. "Opa, taí um bom nome", pensou o músico.


"De Que Brasil?" é o nome de seu primeiro CD, com tiragem pequena e produção caseira. Dentro da caixa de acrílico, não há CD, mas uma série de pequenos papéis e um lápis de cor. "Um lápis que vem com CD grátis", como Paulo gosta de propagar. O CD vem dentro de um saco de supermercado em anexo. Suas cinco faixas mostram que a MPB chinelona é apenas um termo para fazer estilo, pois a música não é nada desleixada.

As letras trazem boas sacadas de assuntos absurdos, como uma máquina xerocadora de gente, por exemplo. Há diversos experimentalismos sonoros, com trechos pré-gravados, efeitos de estúdio e jogos com o espectro estereofônico. Karnak, Marcelo Birck e Frank Zappa são alguns dos nomes que vêm à cabeça como possíveis referências.


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