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Daniela Mercury começa 2006 com o novo CD 'Balé Mulato'

Liliana Onozato - Folha de Londrina
13 jan 2006 às 17:44
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''Eu buscava um título que fizesse o disco ser compreendido como brasileiro''. Com essa declaração, a cantora , compositora e bailarina Daniela Mercury inicia a entrevista a respeito de seu mais novo álbum, ''Balé Mulato''.

Produzido por Ramiro Musotto (já conhecido colaborador) e Alê Siqueira (que já trabalhou com Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, entre outros nomes), ''Balé Mulato'' apresenta uma Daniela com mais autonomia, maturidade musical e pés nos chão, além de um contrato com a gravadora EMI.

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Após cinco anos de affair explícito com a música eletrônica, seu mais recente disco de carreira percorre os dois lados da mesma moeda: um pouco de ''mais do mesmo'' (axé music) e uma provocante rítmica colhida a partir de sua incansável pesquisa de gêneros musicais mundo afora.

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São 14 faixas, das quais três com sua assinatura, que Daniela faz questão de destacar sua participação no processo de pré, durante e pós-produção das músicas: ''Eu acompanho cada nota colocada em meu disco; é tudo muito feito a partir do meu sentimento''. Tanto é verdade que ela também responde pela direção artística do CD.

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No repertório, exaltação ao Brasil, à Bahia e ao carnaval. As regravações remetem a Chico César, com a balada-MPB ''Pensar em Você''; Vinícius de Moraes e Toquinho, com ''Meu pai Oxalá'', além do ''hino'' reeditado com harmonia simplista, porém extremamente consonante ''Aquarela do Brasil'', do mestre Ary Barroso.


Em seu décimo album-solo, ''Balé Mulato'' parece ter surgido como um redimensionamento do espaço ocupado pela baiana no mercado fonográfico. E mais uma vez, Daniela Mercury não se cansa da busca pela sua síntese musical.

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A seguir os principais trechos da entrevista concedida por Daniela Mercury, por telefone, à Folha2, em que fala do novo disco e do flerte com a música eletrônica. Fala também sobre polêmica com o Vaticano, que cancelou a sua participação em um concerto de Natal, no ínício de dezembro, com presença do papa Bento 16, por conta de uma campanha anti-Aids em que ela defendia o uso de preservativos.


Por que regravar Ary Barroso e chegar ao arranjo de samba-de-roda?

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Na verdade, a idéia foi minha. Eu canto ''Aquarela do Brasil'' sempre em meus shows e toda vez que eu estou em alguma cidade que não tenha uma música específica do lugar, eu a canto. Ou a gente usaria uns arranjos sofisticados com um pouco de batida percurssiva que lembra um pouco de música indígena ou usaria mais o arranjo de samba-exaltação. Então eu fui pensando em algumas evoluções, até que eu bati palma e comecei a cantar acompanhada com essa batida. É uma interpretação mais cortada, mais sutil, como é o samba-de-roda do interior baiano, tão lindo.


Você trabalhou um bom tempo com a música eletrônica. Como foi essa incursão?

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Na verdade eu ainda continuo flertando com a eletrônica. Eu vim buscando mudar a sonoridade dos instrumentos. Vi que os DJs fora do país estavam utilizando muita música brasileira como base para suas experiências eletrônicas. Eu fiquei observando esse cenário e achando tudo muito interessante, jovem, renovador e eu pensei que nenhum artista brasileiro tinha feito isso dentro do Brasil para fora, ou do Brasil para ele mesmo. Essas experiências foram vivenciadas por mim em cima do trio elétrico a partir do ano 2000. O trio é um laboratório interessante que me permitiu ver o que fazer e o que não fazer, e eu sempre fui uma adepta da liberdade, porque eu acho que a criação deve ser livre e aberta.


Em outros países, principalmente em Portugal, você é considerada apenas uma cantora brasileira ou persiste o rótulo de axé music?

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Eu sou uma artista que tem um prestígio muito grande em Portugal, e como eles não tem essa noção clara do que é axé nunca tiveram muita preocupação com essa identificação. Mas eu acho que, se é para construir algum rótulo, eu considero o axé como o mais adequado. Primeiro porque sou precursora desse gênero e fico muito feliz com o título. Segundo, porque é um gênero em movimento, que ainda está vivo, então pelo menos ele está aberto.


Você regravou ''Meu pai Oxalá'' de Toquinho e Vinícius. Também é devota do candomblé? Qual é o seu orixá?

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Meu orixá é Oxalá. Eu não tenho problema com isso porque no sincretismo religioso é Jesus, então está tudo certo. Como brasileira e baiana, o sincretismo está presente. Eu tenho uma admiração muito grande porque o candomblé é uma religião em que os santos dançam, e eu sou bailarina. Acho lindo culturalmente o candomblé e acho lindo na nossa cultura a presença dessa religião, que foi a origem de muitos ritmos.


Projetos para 2006. Carnaval, turnês, como vai ser?


Depois do réveillon, faço a turnê do ''Balé Mulato'' até o carnaval de 2007, quando vou homenagear o cinema brasileiro partindo de Glauber Rocha com o Cinema Novo. Eu disse que vou fazer uma ''Terra em Transe'', que já é carnaval. ''Deus e o Diabo não só na terra do sol, mas do Farol'' esse será o tema. Estarei também na Alemanha, fazendo apresentações no trio elétrico na Copa do Mundo e seguirei em turnê pela Europa. Para poder dar conta eu precisava de uns clones (risos). É uma inquietação que eu não consigo dominar. Eu não consigo dizer não e lá vou eu onde me convidam fiz mais de 300 vôos esse ano espero voar um poquinho menos em 2006. Me sinto mais aeromoça do que nunca.


O cantor e compositor Roberto Carlos católico fervoroso deu uma declaração recentemente à revista Veja, em que se posicionou favorável à sua defesa pelo uso da camisinha. Como você enxerga isso?

Eu fiquei muito feliz pelo carinho e também porque ficou claro para o Brasil que o Roberto sabe que mais importante do que os dogmas, esses valores humanos de luta pela vida são prioridades. Pessoalmente foi um gesto de carinho e aconchego devido ao episódio ocorrido (NR o veto de seu nome, por parte do Vaticano, num concerto de Natal) e mais um reforço para o que realmente vale a pena nessa história toda. Meu desejo era que a igreja refletisse sobre esse assunto da forma mais respeitosa possível. É o que tentei dizer à imprensa o tempo inteiro, que jamais eu faria alguma coisa que fosse constranger o Papa ou desrespeitá-lo. Mas nem eu tinha idéia de que esse era um ponto tão fechado para eles. A minha mensagem é de amor; que a gente celebre a vida e cuide dela. São muitas as causas a serem lutadas.


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