Por mais que o sonho de virar um astro do rock seja perseguido por dez entre dez músicos que montam uma banda ou gravam um disco, não se pode dar as costas para a informação. Um lado teórico e prático que pode afastar do público até mesmo grandes talentos. Para assessorar artistas que sofrem para entender nuances jurídicas de assuntos cabulosos como direitos autorais ou administração de sua própria obra, o músico Valdemar Lacerda Schettini Júnior, o Vadeco (da banda curitibana Vadeco e os Astronautas) e o empresário Alexandre Berger lançaram o selo Astrolábio Discos. O objetivo é produzir, lançar, promover e distribuir discos de bandas independentes não só do Paraná, mas de todo o Brasil e de quem mais o selo receber material.
O selo já está recebendo discos de bandas interessadas. ''A idéia para esse primeiro momento é fazer um mapeamento das bandas'', explica Vadeco. Durante dois meses, o selo vai receber discos de quem pretende se lançar no mercado fonográfico. Todo esse material será dividido em três etapas: bandas iniciantes, intermediárias e aquelas que já tem um material gravado e um certo tempo no mercado. Vadeco não tem idéia de quantas bandas podem enviar material, mas ele e o sócio já estão buscando parcerias, como de distribuidoras nacionais e pessoas e empresas credenciadas a dar informações diversificadas que possam alavancar a carreira dos músicos.
Vadeco revela que esse primeiro processo - de receber e cadastrar o material - vai acontecer concomitante à produção do site do selo, que pretende ser um portal de auxílio ao músico. Um local onde o artista pode encontrar informações específicas sobre o mercado fonográfico. ''Hoje as bandas e os músicos tem uma carência muita grande de informação. Ainda têm uma visão lúdica do mercado'', opina. Para ele, o músico precisa mais do que ter uma banda ou lançar um disco, precisa de conhecimentos técnicos também. ''Noventa e cinco por cento das bandas não tem noção de direito autoral. Não sabem qual é a porcentagem no mercado, no caso de compôr uma música, por exemplo'', revela.
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Vadeco explica que a idéia do site (e do selo) é gerar essa informação, mas também preencher outras lacunas práticas quando o assunto é rock. ''As bandas não tem espaço para tocar e também não sabem como administrar essa relação com o marketing, com a imprensa'', diz. Para ele, o respaldo de um selo é importante na medida que quem o lança tenha experiência no mercado e possa orientar os novos talentos ou qualquer músico que queira se lançar no abismo musical com profissionalismo. ''A maioria das bandas independentes tem grande dificuldade no momento de levar seu trabalho ao público, e a parceria com um selo pode ser a saída para os profissionais que não possuem o know-how necessário para a administração de seus trabalhos'', explica Vadeco.
O músico ressalta, no entanto, que as bandas não devem esperar a redenção. ''O selo não é uma empresa que vai salvar a vida das pessoas, mas vai ajudar a resolver questões mais complicadas, como distribuição'', diz. O primeiro lançamento do selo Astrolábio Discos é a própria banda paranaense Vadeco e os Astronautas, que gravou ''Oum'', seu CD de estréia, de forma independente.
Além de manter a banda Vadeco e os Astronautas, o músico que integrou bandas como Lunnes e Skuba tem experiência em trilhas sonoras. Atualmente compõe a trilha para o curta-metragem ''Curitiba em busca da sua identidade'', do cineasta Paulo Munhoz e que deve ser finalizado em novembro. Para o mesmo mês está prevista a inauguração do site do selo Astrolábios Discos e o início da seleção das bandas que vão fazer parte do casting do selo. É esperar para ouvir.
Serviço:
Músicos e bandas interessadas em integrar o casting do selo Astrolábio Discos podem enviar material para Rua Deputado Correia de Campos, 399. Curitiba, Paraná. Cep 80040320. Mais informações pelo e-mail [email protected]