Estava tudo pronto na Chácara Pirata. O palco montado, os bares e as barracas de comida e venda de acessórios em pleno funcionamento, o público com os ingressos na mão esperando para entrar. Só faltava mesmo a primeira banda terminar de arrumar os equipamentos e começar a tocar. Enquanto isso, o tempo parecia querer atrapalhar a festa. Uma pequena garoa sugeria a possibilidade de que mais água poderia cair a qualquer momento. Os portões se abriram, Marquinhos Diet e a banda Cozinha Boca de Caçapa começam o espetáculo.
O festival Demo Sul 2002 começa em baixo de uma leve chuva. Foi apenas um susto. No fim do show de Marquinhos Diet a lua resolveu aparecer por alguns minutos. A partir daí, tempo bom para o sucesso do festival. Diet e banda foram rápidos, tocaram quatro músicas, entre elas "Lembro de Você" e "Deu Tempo de Engolir", que sempre fazem parte de seus shows. Depois foi a vez da banda Megafone, de Brasília, dar as caras na festa. Eles mostraram um rock com pegada, muitas guitarras e distorções. Destaque para a baixista Laura, a única representante feminina no palco do Demo Sul 2002.
A banda Ganga Zumba começa o show com cara de donos da festa. Uma faixa enorme atrás do palco trazia os olhos da logomarca do grupo. O som é uma mistura de grooves e beats eletrônicos, bem encaixados com guitarras pesadas e um vocal hip hop. Com grande presença de palco, o Ganga Zumba conseguiu passar o seu recado. Nesse momento as estrelas começavam a pipocar no céu, e a lua se mantinha meio encoberta atrás do palco. Depois foi a vez da banda Etnia mostrar a sua mistura de rock, maracatu, metal e reggae. A banda sugeriu a união dos grupos londrinenses em prol da música local, e incentivou eventos como o Demo Sul.
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Um rock misturado com samba, jazz e bossa nova, além de um convite para assistir a outras apresentações no Rio de Janeiro. Esse foi o som e o recado da banda carioca Latuya, a quinta a se apresentar na noite de sábado. Luzes apagadas no início do show, e surpresa: o microfone do vocalista principal estava vazio. A banda Devacan subiu ao palco acompanhada de um ponto de interrogação amarrado ao pedestal. O grupo não se deixou abater e apresentou grande show instrumental, que depois foi elogiado por Rolando Junior, o baterista do Patrulha do Espaço. No fim da apresentação, o baixista do Devacan derrubou o microfone com o ponto de interrogação em protesto ao ex-vocalista da banda.
A única baixa da noite foi a banda Nefelibatas, de Curitiba, que não apareceu para a apresentação. Enquanto a nave não pousava sobre o campo de futebol, uma Kombi Maluca do grupo de teatro Mimicarias invadiu o gramado. O "veículo" passava pelo meio de todos os presentes, e convidava para um pequeno passeio. Mas a música não podia parar, e a banda Patrulha do Espaço logo assumiu o comando de todas as atenções.
Sob o comando de Rolando Junior (bateria), e a presença de Luiz "Tigueis" Domingues (baixo), ex-Língua de Trapo, e dos multi-instrumentistas Marcello Schevano (vocais, guitarra, teclado e flauta) e Rodrigo Hid (vocais, guitarra e teclado), a Patrulha do Espaço relembrou algumas composições da primeira fase da banda, com participação do ex-mutante Arnaldo Baptista, além de mostrar músicas dos dois últimos trabalhos, "Chronophagia", em 2000 e "Dossiê volume 4", em 2001. O primeiro dia de festa chegava ao fim.
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