No fim de junho deste ano, a banda King Kong Deconga, de Curitiba, chamou a atenção da mídia paranaense. Ela conseguiu uma ordem judicial contra o grupo carioca Tihuana, que havia plagiado uma de suas músicas. Este fato foi apenas a primeira etapa do processo, que ainda está em andamento e deve render um bocado de barulho.
Os curitibanos tiveram sua composição "Pule" reformulada para "Pula", na versão dos aproveitadores. Não só o nome e o refrão ficaram bem parecidos, como também o instrumental. Antes presente apenas em algumas coletâneas da gravadora Paradoxx, a música em questão aparece também no primeiro álbum da banda, "Fuera de Control!", lançado recentemente em esquema independente.
Em apenas 40 minutos, o CD traz 14 músicas de várias épocas diferentes da carreira do conjunto. Entre as primeiras composições, presentes em seu primeiro cassete demo (lançado em 1997), estão "Clima Quente", "Parar Para Pensar" e a famigerada "Pule". Estas já rascunhavam como seria a roupagem musical do conjunto: ragga rock. Mas também é possível encontrar enxertos de ska e hardcore melódico e surf music nas faixas.
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Trocando em miúdos, pode-se dizer que o KKD é uma das bandas de rock praieiro de Curitiba, ao lado do Black Maria e do Batuque de Brancodoido.
Se temas referentes ao litoral já aparecem nos nomes das músicas ("Na Praia", "Havaí" e "Maresia"), que dirá no conteúdo das letras? Os temas sociais também são freqüentes como reflexo de suas influências reggae. Até mesmo temas chulos como o de "Bumbumbom" figuram no CD. Por sinal, se a banda optar por explorar sua carreira com um megahit com letra boba, esta música é uma forte candidata.
De todas, as melhores são "Fuera de Control", uma homenagem a um programa de rádio uruguaio que leva o mesmo nome, e a grudenta "Pule", que desde o início da carreira do grupo, já era apontada como uma canção com forte potencial radiofônico.
Sonoramente, o King Kong Deconga se sai bem. Mas se o grupo realmente quiser atingir maiores públicos, terão que ser mais cuidadosos na apresentação de seu CD, que carece de uma assessoria visual. A capa traz uma geladeira cheia de recortes colados na porta. No encarte, a idéia segue adiante, com inúmeras colagens de fotos dos músicos e de seus amigos. Um trabalho muito pessoal que eles provavelmente gostaram bastante. Mas o público médio não deve ter achado muito agradável visualmente. Se fosse o CD de uma banda punk, tudo bem. Mas este não é o caso.