O "Quiprocó" que o grupo teatral Moitará apronta no Teatro da Caixa de 11 a 14 de outubro é um espetáculo que tem como matérias-primas o espírito festivo dos brincantes, a criatividade dos contadores de "causos" e a força das tradições do povo brasileiro.
Lúdico e interligado com o universo cultural brasileiro, "Quiprocó" expõe tipos genuínos, fazendo uso dos arquétipos e de elementos da Commedia dell'Arte. Num encontro oportunista, três personagens tentam saciar seus desejos e sobreviver, em um divertido jogo de quiprocós, ou confusões, que evidenciam os sentimentos humanos.
O espetáculo surgiu de uma pesquisa do Moitará, que trabalha com o uso de máscaras no teatro. Os atores assumiram o papel de co-autores e ajudaram a desenvolver a trama.
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As referências adotadas foram, sobretudo, os elementos e personagens da cultura popular brasileira, com suas festas tradicionais, com seus Mateus, Malazartes, Catirinas, os cantadores e boiadeiros desse nosso sertão e os arquétipos e gênero da Commedia dell'Arte. Depois de estrear, há um ano, o espetáculo ganhou o prêmio Funarte Petrobrás de Fomento ao Teatro.
Grupo Moitará
Na língua kamaiurá, o termo Moitará designa a única ocasião em que diferentes tribos indígenas do Xingu acampam no mesmo local. Além de trocar manufaturas, os índios fazem um intercâmbio cultural, e apresentam danças, pinturas e cantos de cada tribo envolvida.
Fundado em 1988 por Venício Fonseca e Erika Rettl, o Grupo Teatral Moitará desenvolve pesquisa sobre o trabalho do ator, centrado na máscara teatral. Dois anos depois de fundada, a companhia se aproximou de Centro Maschere e Strutture Gestuali, fundado por Donato Sartori, na Itália.
Cinco anos depois, eles seriam responsáveis por organizar uma exposição do centro italiano no Brasil. A mostra trouxe máscaras de Amleto e Donato Sartori, que marcaram a história do teatro europeu, e foram feitas para nomes como Dario Fo, Bertolt Brecht, Marcelo Moretti, Eduardo de Filippo, entre outros.
No final dos anos 90, o grupo produziu documentários sobre o mundo das máscaras e sobre o método de Sartori, organizou o evento "Máscara EMcena", no Teatro Villa Lobos, Rio de Janeiro, e elaborou palestras e espetáculos sobre o mesmo tema. O grupo participou ainda de festivais nacionais e internacionais e estreou Rifinfim no Medelim, no Teatro da República, Rio de Janeiro.
Há sete anos, o grupo ampliou as ações pedagógicas pelo país e disseminou sua arte entre estudantes de teatro e dança. Uma dessas ações é a oficina "Quel Buffone di Arlecchino", que resultou no espetáculo "Imagens da Quimera", patrocinado pela Eletrobrás e pelo Ministério da Cultura.
O grupo já participou do projeto Fome Zero e levou espetáculos a importantes palcos nacionais. Indicado ao prêmio Shell de teatro na categoria música, "Imagens de Quimera" integrou o projeto Palco Giratório, do Sesc, e passou por nove estados do Brasil. Desde 2004, o grupo mantém o próprio espaço, na Lapa, Rio de Janeiro, e realiza atividades práticas e teóricas procuradas por grupos teatrais do Brasil e também do exterior.
Serviço:
Espetáculo "Quiprocó", do grupo Moitará
Local: Teatro da Caixa
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 - Centro
Datas: 11 a 14 de outubro
Horários: quinta a sábado às 21 horas e domingo às 19 horas
Ingressos: R$ 16,00 e R$ 8,00 (clientes, idosos e estudantes), à venda no local.
Telefone para informações: (41) 2118-5111
Lotação do teatro: 123 lugares