A segunda noite do Free Jazz Project, estranhamente, estava bem menos freqüentada. Embora fosse uma quarta-feira e contasse com bandas de som mais nervoso e juvenil, o público não compareceu como esperado.
O representante paranaense Black Maria caprichou na abertura. Os músicos mostraram que haviam se preparado para uma ocasião realmente especial. Em seu rock de referências latinas, entraram canções mais conhecidas, como "Sr. Sol", "Basho", "Bala Maluca" e releituras de outros artistas, como "Justiceiro", "Verdura" e "Bruxa", entre outras cinco canções.
Em seguida, o carioca Nocaute desvirtuou por completo o conceito de jazz - seja ele novo ou tradicional. O grupo faz uma mistura de rap com hardcore, mas de qualidade duvidosa. Os vocalistas, se for levado em consideração que são rappers, estão OK. Já o guitarrista e o baixista têm desempenho sofrível. O melhor músico do grupo é o DJ. Ainda assim, a banda mostrou-se descartável.
Revoltante era ver o público, que estava parado durante o show do Black Maria, começar a pular com o show do Nocaute. Este mesmo público continuou pulando ao som do Rumbora, terceira banda da noite, que vem de Brasília. É um grande atraso por parte do público curitibano ignorar os bons talentos locais, valorizando os de fora, sejam eles de boa qualidade ou não.
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O Rumbora, pelo menos, faz um bom trabalho. Eles tocam um som pesado, que muito tem de hardcore. Com o diferencial de apresentar arranjos bem trabalhados. Os hits alternativos "Skao", "Chapirous" e "O Ó Do Borogodó" estam no repertório de 16 músicas. Marcelo, vocalista da banda curitibana Tsunami, participou de algumas músicas. Ele é um antigo colega do pessoal do Rumbora, que anos atrás também morava em Brasília.
Após muitas guitarras, a noite fecha com as batidas aceleradas e as linhas de baixo do Autoload. Projeto de drum'n'bass, que conta com um DJ, um baixista e participações de vocalistas flutuantes. A própria Paula Lima cantou em "Do Morro Ao Jungle", música do primeiro CD do grupo. Na noite, os vocalistas eram dois rappers. Um negro e outro branquela. Garantiram uma pista animada para os poucos que ainda restavam no local por volta das 2h30, quando começaram a se apresentar.