Curitiba - Foi uma noite especial, até mesmo para quem acompanha a banda em todos os shows e deixa suas impressões no site oficial. A tão aguardada primeira apresentação do Weezer na América do Sul, no primeiro dia do Curitiba Rock Festival, no último sábado (24), superou a expectativa da centenas de fãs e até mesmo de quem esperava que uma banda ''power pop'' não fosse fazer jus ao novo nome do evento. Em noite inspirada, o quarteto norte-americano deu ênfase ao primeiro disco, ''Blue Album'', o preferido dos brasileiros.
Tudo começou com uma certa demora devido à exigente segurança da banda. No entanto, quando o grupo liderado pelo nerdão Rivers Cuomo -que pouco saiu do quarto do hotel enquanto esteve em Curitiba, preferiu ficar a maior parte do tempo pendurado no computador- entrou em cena com ''My Name is Jonas'', recebeu de volta um coro uníssono da platéia com cada verso da primeira faixa do ''Blue Album''.
Em seguida, a banda tocou ''Tired of Sex'' e ''Don't Let Go'', faixas pra lá de populares de ''Pinkerton'' e ''Green Album'', o segundo e o terceiro álbum, respectivamente. A seguinte, um hino para uma geração, emocionou boa parte dos fãs mais antigos: ''In The Garage'' não só sintetiza o que é fazer rock independente (I've got a electric guitar/I play my stupid songs/I write the stupid words/And I love everyone, waiting there for me/I do), como também fala de ícones como a banda Kiss e personagens dos X-Men, como Noturno (Nightcrawler) e Kitty Pride.
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O álbum mais recente, ''Make Believe'', surgiu no setlist com ''Such a Pity'', que, pela primeira vez nas composições da banda, emula o som dos anos 80 com um sintetizador. O cover surpresa, anunciado momentos antes na entrevista coletiva, foi ''Big Me'', do Foo Fighters, que, como acertou Rivers Cuomo, certamente também é um grupo querido pelos brasileiros.
''Why Bother'' e ''El Scorcho'' fizeram a festa dos que gostam mais do segundo e mais barulhento álbum, ''Pinkerton''. Nas apresentação das duas, já era possível ver que a banda se divertia bastante: Rivers Cuomo, que costuma ser comedido, sentia-se como um adolescente que admite ainda não ter crescido.
O momento por muitos aguardado ainda sequer havia chegado quando a banda tocou ''Say It Ain't So'', outra cantada verso a verso com a platéia, que nesse momento parecia um mar humano frente ao quarteto. Vieram então a polêmica ''We Are All On Drugs'', que condena o uso de drogas mas é alvo de críticas -devido ao título- nos Estados Unidos; e ''The Good Life'', a mais popular canção do álbum ''Pinkerton''.
A partir de ''Beverly Hills'', a platéia foi convidada a participar mais: a batida com palmas reacendeu quem já estava cansado de tanto gritar e ''preparou terreno'' para o hit mais conhecido, ''Buddy Holly''. Nesse momento, a empatia do quarteto de Los Angeles já era completa com a multidão.
Foi então que começaram as surpresas, que não estavam reservadas apenas ao cover de Foo Fighters. Em ''Photograph'', o bateirista Pat Wilson trocou de papel com o guitarrista e vocalista Rivers Cuomo. Em ''Island In The Sun'', Cuomo apareceu de surpresa em uma área do meio da platéia para fazer uma emocionante versão acústica da canção.
''Undone - The Sweater Song'', teve a divertida participação de um fã, escolhido na platéia para tocar junto com a banda. Nesse momento, Cuomo, que já encolhia os olhos para ver sem os óculos -deixou de lado a nerdice para pular e se divertir- sugeriu um dueto com o sortudo ''guitarrista reserva''. O carisma do líder do grupo conquistou até mesmo os que torcem o nariz para o estilo do Weezer.
Quando todos já pareciam satisfeitos com a apresentação, a banda ainda tocou ''Hash Pipe'', hit do quarto álbum, e ''Surf Wax America'', a mais urgente e contagiante do primeiro. Saíram de palco aplaudidos, com a certeza de que foi uma noite especial. E a sensação foi a mesma do outro lado, que agora espera ver Weezer mais vezes no Brasil.
>> Aguarde para esta semana uma entrevista com a banda aqui no Bonde