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Cidade em clima de Festival

Rodrigo Juste Duarte
11 jul 2002 às 17:28

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Contando com uma população de apenas 20 mil habitantes, Antonina torna-se super povoada na semana do Festival de Inverno da UFPR. Durante o período, a cidade recebe a visita de cerca de 50 mil pessoas, vindas de diversas regiões do Paraná e até de outros estados.

Mas nestes 12 anos em que o festival existe, sempre há pessoas se perguntando por que Antonina sedia o Festival de Inverno. Muitas vezes esta indagação deixa a entender que soa estranho uma cidade tão minúscula receber um grande festival. Mas é justamente o tamanho da cidade um dos motivos da escolha.

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"Por ser tão compacta, as pessoas não se afastam muito do Centro, onde ocorre a maior parte dos acontecimentos. Isto colabora com a integração entre as pessoas", justifica Lúcia Maria Bueno Mion, coordenadora executiva do evento, que também cita o fato de Antonina ser uma cidade histórica do Paraná como fator.

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Antonina se transforma
Há pouco mais de uma década convivendo com o festival, a cidade já está acostumada a alterar sua rotina sempre que ele começa. Clubes noturnos, entidades (como a APAE e a Liga de Combate à Turberculose) e até a estação ferroviária tornam-se salas de aula onde são ministradas oficinas. Além, é claro, os colégios centrais e a universidade, que destinam suas salas para uso do festival, uma vez que em julho os alunos estão em período de férias escolares.

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Ruas e praças são tomadas por performances artísticas e atividades recreativas oriundas do festival. A cidade fica mais enfeitada e um número absurdo de carros (com placas de outras cidades) tomam as ruas até então desertas. Situação semelhante a esta só ocorre em fevereiro, durante o Carnaval, ou em agosto, por ocasião das festas da padroeira, Nossa Senhora do Pilar. São estes os três grandes acontecimentos anuais de Antonina.


Participação local
Imagina-se que boa parte da população antoninense participe do Festival de Inverno. No entanto, esta parcela é pequena. Normalmente, os artesãos da cidade participam de oficinas destinadas a sua área. Dulcídio Maia, por exemplo, tira seu sustento de trabalhos manuais. "Já fiz oficina de produção de utensílios de bambu e tecelagem. Nos festivais de 1999 e 2000 pratiquei escultura em pedra sabão e estou me aperfeiçoando nesta área. Como neste ano a oficina não foi ofertada, vou fazer alguma outra na área de artesanato pois não quero ficar parado", comenta o artesão.

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A participação mais ativa dos antoninenses nas oficinas acontece por parte dos professores da rede pública, funcionários da APAE e crianças. Estes têm inscrição gratuita em oficinas específicas. Além de servir a esta parte da população, o festival cumpre com uma das metas da universidade, que é promover a extensão de suas atividades para a comunidade. As crianças formam o grupo mais numeroso. Para elas, foram ofertadas neste ano 900 vagas em oficinas.


Povo de Antonina
No Festival de 1999 (sua nona edição), foi posta em prática a idéia de extendê-lo para mais dias, tendo início na sexta-feira à noite, com as oficinas funcionando do sábado seguinte até a sexta-feira posterior. Uma das razões da experiência era fazer com que a população tivesse uma participação mais ativa, pelo menos no final de semana.

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A idéia acabou não vingando, pois a organização não contava com um fator: os antoninenses são atrelados a costumes tradicionais (característica de cidades pequenas). Aulas dominicais, almoços de família e o costume de ir à missa eram incompatíveis com as atividades que o festival programava para o sábado e domingo.


Por estes e outros motivos, o Festival de Inverno da UFPR ainda mantém o caráter de ser um evento "em" Antonina, do que "de" Antonina, uma vez que a participação maciça é de pessoas vindas de Curitiba.


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