A força e o lirismo da obra de Ivens Machado estão presentes na maior exposição já realizada sobre o artista, que apresenta cerca de 50 trabalhos representativos de sua carreira, dentre esculturas, objetos, desenhos e instalações, que cobrem sua trajetória desde o fim dos anos 60 até os dias de hoje. A exposição "Ivens Machado - O Engenheiro de Fábulas" será inaugurada no próximo dia 27 de maio no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em Curitiba, às 18h, e aberta ao público no dia seguinte.
"Ivens Machado - O Engenheiro de Fábulas" ocupará os 1.800 metros dos dois andares do MAC. Além desses espaços, quatro esculturas monumentais feitas em concreto armado, pedras e pigmentos ("Sem Título", três criadas em 2000 e uma 1994) estarão no jardim em frente ao MAC, como um convite ao visitante.
Além da possibilidade que dá ao público de conhecer a trajetória de Ivens Machado, a exposição é provocante para o próprio artista, que assim tem uma oportunidade rara de rever o conjunto de sua obra.
Parede de barro
O processo criativo de Ivens Machado é de elaboração mental, sem o auxílio de esboços ou protótipos. Seu material preferido é o utilizado em construções populares, como concreto, cimento, cacos de telhas e de vidro. Com mais de quatro toneladas no total, as esculturas e instalações exigem uma complexa logística de transporte e montagem. Um exemplo é a obra "Instalação" (2001), uma parede de barro vermelho de 11 metros de comprimento com seis de altura, que será construída no térreo do MAC e possui uma escultura de concreto e cacos de telha.
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Algumas obras, não expostas há muitos anos, foram reconstruídas por Ivens. Assim aconteceu com duas peças de 1982 ("Sem Título") pertencentes ao acervo de Gilberto Chateaubriand, informalmente chamadas pelo colecionador de "Índia" (concreto armado, pigmentos e ferro), e "Lágrima" (em concreto, pigmentos, e rede metálica).
Trajetória
Ivens Machado chamou a atenção da crítica no V Salão de Verão, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1973, no qual ganhou o "Prêmio de Viagem ao Exterior". Ainda em 1973, Ivens participou da XII Bienal Internacional de São Paulo, e começou a criar os "cadernos", série de desenhos em que desorganiza as pautas de cadernos escolares e poderão ser vistos no MAC.
Os anos seguintes da década de 70 são dedicados à produção de esculturas, performances e à pesquisa em vídeo-arte, movimento em que foi um dos pioneiros. É do final da década, em 1979, ainda na vigência da ditadura militar, a obra "Bumerangue", uma escultura de concreto armado e cacos de vidro, um dos destaques desta retrospectiva. Os anos 80 e 90 representam a maturação de sua obra.
Obras de Ivens Machado podem ser vistas em espaços públicos, como nos jardins do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Ibirapuera, onde está a escultura "Sem Título" (1994), ou no Parque da Luz, local da escultura "Sem Título", feita em 2000. No Rio, está a escultura criada também em 1990, que o crítico Paulo Sérgio Duarte chama de "Arco", na Rua Uruguaiana, próximo ao Largo da Carioca.
Livro-Catálogo
Junto com a exposição está sendo lançado um livro de 200 páginas, coordenado pela crítica de arte Ligia Canongia, com textos dos críticos Paulo Herkenhoff, Fernando Cochiarale e Márcio Doctors, além de cerca de 150 imagens de obras do artista. O crítico Paulo Sérgio Duarte escreveu um texto especialmente para esse livro.
Serviço:
Ivens Machado - O Engenheiro de Fábulas
Inauguração: 27 de maio de 2002
Visitação pública: de 28 de maio a 23 de junho de 2002
Museu de Arte Contemporânea do Paraná - Curitiba
Rua Desembargador Westphalen 16, Centro
Tel.: 222. 5172 / 3323. 5328
Funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábado e domingo, das 10h às 16h.
Entrada franca