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Cores no ar

Murilo Gatti
05 abr 2002 às 17:28

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A maior novidade da 42ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina é o festival competitivo de balões, realizado pela Associação Brasileira de Balonismo - ABB. Os 20 participantes são todos associados e foram convidados a se apresentar durante o primeiro final de semana da feira. A primeira prova foi realizada na manhã de sexta-feira, 5 de abril, e contou com a colaboração do tempo. O sol marcou presença e o céu azul coloriu ainda mais a apresentação que prossegue até a manhã de domingo, dia 7. Para entender um pouco mais deste esporte, o Bonde acompanhou a equipe do piloto Davi Iannibelli, que fez a sua estréia numa competição como comandante do grupo.

De caminhonete, todos os pilotos chegaram até o local da largada, aos fundos do Parque de Exposições Ney Braga. O primeiro passo foi descarregar os equipamentos, depois esticar o balão, feito com náilon, e colocá-lo a frente do cesto de madeira onde ficam os passageiros. Com um grande ventilador, o piloto e os assistentes começam a dar vida e forma ao balão. Primeiro é utilizado apenas ar frio, que depois é aquecido através de duas labaredas movidas a gás propano, numa temperatura que chega perto de cem graus.

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Trabalho para todos. Enquanto dois assistentes abrem a boca do balão, um terceiro segura uma corda que direciona a coroa (topo do balão) e o piloto comanda as chamas. Momento de atenção, já que qualquer descuido pode fazer o balão virar e acabar com a brincadeira. O cesto também fica amarrado à caminhote para evitar surpresas e um levantamento de vôo inesperado.

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Em Londrina, a primeira competição disputada foi a caça à raposa, uma prova onde os baloneiros devem seguir o "balão raposa" e tentar jogar uma marca o mais próximo do alvo, marcado por um X e escolhido pela "raposa". É uma espécie de "segue o mestre". Ganha a prova quem conseguir deixar a sua marca mais próxima ao X.

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O "balão raposa" parte. Está na hora de seguir viagem e começar o vôo. O piloto Davi Iannibelli, que contou com a ajuda do navegador Henrique Luzzi durante a prova, explica que para pilotar é necessário noções de navegação e meteorologia. “É preciso fazer um curso, tirar uma carteira especial e fazer algumas provas”, conta. Por não ter motor, o balão se move de acordo com o vento e nunca se sabe onde ele vai parar.


A ajuda vem pela terra, enquanto piloto e navegador curtem a paisagem, a equipe de resgate mantém contato por um rádio e também segue a direção do vento. “No começo da viagem, a velocidade do vento estava a 13 Km/h, depois foi aumentando e chegou a ultrapassar os 30 Kmh na hora do pouso”, conta o navegador Henrique Luzzi.

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Não é a toa que todos balonistas utilizam uma caminhonete para o resgate, além de ter que carregar tudo de volta, o pouso dos balões, na maioria das vezes, acontece em terrenos acidentados. “A melhor coisa é chegar ao chão ileso”, comemora o piloto depois de mais um vôo. Para descer, o piloto tem que abrir a coroa e deixar o ar frio entrar no balão, que começa a murchar. A altitude ainda pode ser controlada com o ar quente produzido pelo fogo. O maior perigo do esporte é "quebrar as costelas" no pouso, porque no ar, o balão é considerado um dos meios de transporte mais seguros.


Em terra firme, o clima é mais tranqüilo. Dentro da caminhonete seguimos até o local onde pousaram os balões. Pelo rádio e pelo olhar, os assistentes Paulo Alexandre e Luciano Vasconcelos localizaram o local do pouso. Fomos ao resgate. A prova durou apenas meia hora e contou com um percurso de cinco quilômetros em linha reta. “O gostoso mesmo é voar até acabar o gás”, lamenta Davi Iannibelli.

Ainda não foram definidas quais vão ser as outras provas disputadas em Londrina. Elas dependem das condições climáticas e da direção dos ventos. Durante a noite, os balões também vão apresentar o Night Glow. O show desta vez é no chão mesmo. Amarrados, a atração fica por conta das chamas que prometem mais um espetáculo de cores e de luz.


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