Está confirmado. A ex-secretária da Cultura do Paraná, Lúcia Gluck Camargo, acaba de assumir a diretoria do Departamento de Teatros da Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo, conforme a Folha noticiou ontem com exclusividade. A nova função siginifica que ela administrará não só o Teatro Municipal, mas também outros sete teatros de bairro da capital paulista.
Também estarão sob a batuta de Lúcia Camargo todos os corpos estáveis ligados ao Teatro Municipal de São Paulo. Entre eles, a Orquestra Sinfônica, a Orquestra Experimental de Repertório, o Coral Paulistano, o Quarteto de Cordas, o Balé da Cidade de São Paulo e as escolas municipais de Música, de Bailado e de Iniciação Artística. A soma total do departamento aponta que cerca de 500 pessoas estarão subordinadas à ex-secretária, que contará com um orçamento anual de R$ 16 milhões.
Ainda surpresa com a nomeação, Lúcia conversou ontem pela manhã por telefone, de sua casa em São Paulo, com a reportagem da Folha. "Nunca fui de ficar pleiteando cargos, por isso a minha total surpresa quando recebi a notícia na segunda-feira", disse. Ela ainda não quis adiantar quem serão os outros componentes de sua equipe na diretoria.
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Esta não será a primeira vez que Lúcia assumirá uma função de tal importância em São Paulo. Entre 1993 e 1995, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho, ela atuou como diretora da Divisão de Teatros da Secretaria Estadual de São Paulo. "Na época, o secretário de Cultura era o Ricardo Otake", lembra.
Desta vez, sua nomeação foi feita pelo atual secretário municipal de Cultura, Marco Aurélio Garcia, mas Lúcia Camargo atribui o fato ao diretor-executivo da "Mostra do Redescobrimento Brasil + 500", Emílio Kalil, que também já dirigiu o Teatro Municipal de São Paulo e com quem tem ótimo relacionamento.
Sua maior preocupação agora, segundo afirma, é a de cumprir a extensa pauta no departamento de teatros. "Ainda não me inteirei totalmente da situação para poder falar sobre novos projetos", avisa. Ela adianta apenas que deverá desenvolver um plano que incentive a parceria entre a secretaria da Educação e o Teatro Municipal.
Enquanto faz planos e comemora sua nova função em São Paulo, Lúcia Camargo continua sendo alvo de polêmica entre a classe artística paranaense, que questiona entre outros itens a sua participação no Festival de Teatro de Curitiba.
Ex-sócia da Associação Para o Incentivo da Cultura e Entretenimento (Apice), que juntamente com a Calvin Entretenimento organiza o Festival de Teatro, que por sua vez recebe dinheiro público municipal e estadual, Lúcia garante não ter deixado nenhuma pendência em Curitiba.
"Estou completamente desligada da Apice desde o dia em que assumi a função de Secretaria de Estado da Cultura no Paraná", afirma. "A única função que ainda mantenho aí é a de curadora do Festival de Teatro", garante.
Outro boato que ela desmente é a de que estaria envolvida com o Festival Internacional de Circo, que acontecerá simultaneamente em Curitiba e Belo Horizonte (MG) no próximo mês de outubro, sob organização da Calvin Entretenimento, e que promete movimentar R$ 3 milhões através da Lei Rouanet. "Não tenho nada a ver com este festival", desconversa.
Quando indagada sobre o porquê de tantas viagens recentes a Belo Horizonte, Lúcia explica que havia sido contratada por uma empresa particular da capital mineira com o objetivo de prestar consultoria na área de política pública para a Cultura.
Seu "know-how" neste assunto, aliás, será amplamente utilizado na nova administração do Teatro Municipal de São Paulo. "Quando fui secretaria da Cultura no Paraná, desenvolvi toda esta questão de política pública de Cultura, criando inclusive uma cartilha sobre o assunto que foi distribuída na época aos prefeitos paranaenses", conta. "Trago tudo isto agora para São Paulo, toda a minha vida profissional será aplicada aqui", garante.