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Perda

Poesia nacional perde Wally Salomão

Redação - Folha de Londrina
05 mai 2003 às 19:19

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O poeta Waly Salomão morreu nesta segunda-feira no Rio de Janeiro. Ele estava internado há duas semanas para tratamento de um câncer no fígado na Clínica São Vicente, onde veio a falecer às 7h40m, vítima de falência múltipla de órgãos. Tinha 59 anos.

Desde janeiro ocupava o posto de Secretário Nacional do Livro e da Leitura do Ministério da Cultura. Seu último livro, a antologia ''O Mel do Melhor'', saiu em 2001 reunindo os melhores poemas e textos em prosa produzidos ao longo de três décadas. Personalidade fascinante, Waly era uma espécie de hapenning ambulante, capaz de tagarelar durante horas pontuando a loquacidade com citações eruditas.

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O apresentador Jô Soares foi vítima, certa vez, de sua erupção verbal. Em seu programa na Globo, passou uma entrevista inteira tentando - sem conseguir - interromper a fala do entrevistado. ''Criar é não se adequar à vida como ela é'' - escreveu Waly no poema ''Sargaços'', incluído no livro ''Lábia''.

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Nascido em Jequié, interior da Bahia, ele migrou para o sul seguindo a rota adotada por outros artistas locais. Foi um dos participantes da tropicália atuando nos bastidores à sombra de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Rogério Duprat, Torquato Neto e os demais protagonistas do movimento.

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Seu primeiro livro, ''Me Segura qu'eu vou dar um Troço'', saiu em 1971 reunindo textos escritos na prisão para onde foi parar acusado de envolvimento com drogas. Depois publicou os volumes ''Gigolô de Bibelôs'', ''Armarinho de Miudezas'', ''Tarifa de Embarque'', ''Lábia'' e ''Algaravias, Câmara de Ecos''.


Com este último, lançado em 1997, conquistou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro e o prêmio Alphonsus de Guimarães da Biblioteca Nacional. Outra gratificação foi a inclusão de seu poema ''A Missa do Morro dos Prazeres'' na antologia ''Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século'', organizada pelo crítico Ítalo Moriconi e lançada há dois anos pela editora Objetiva.

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Além de poeta, Waly Salomão foi um fértil letrista despontando já no início dos anos 70 com a canção ''Vapor Barato'', gravada por Gal Costa, à qual associou-se também dirigindo seus shows - entre eles o antológico ''Fatal''. Prolífico, compôs ainda para Maria Bethânia, Paralamas do Sucesso, Adriana Calcanhotto, Itamar Assumpção, Cássia Eller, Jards Macalé, Cazuza, João Bosco e Lulu Santos.


Atuando como editor, publicou a legendária revista Navilouca, em parceria com o poeta Torquato Neto. Pouco depois, editou ''Alegria Alegria'', o primeiro livro de Caetano Veloso. Ao lado de Ana Duarte, organizou a obra póstuma ''Os Últimos Dias de Paupéria'' reunindo os escritos de Torquato. Mais tarde, em parceria com a Lygia Pape e Luciano Figueiredo, lançou o volume também póstumo ''Aspiro ao Grande Labirinto'', compilando textos do artista plástico Hélio Oiticica.


Ao enveredar pelo cinema, produziu o filme ''Miramar'', de Júlio Bressane. Recentemente, atuou no filme ''Gregório'', da cineasta Ana Carolina sobre o poeta satírico Gregório de Matos. Waly era um dos principais assessores de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Já trabalhara na esfera política com Gil, na administração municipal de Salvador nos anos 80, junto com outros atuais homens de confiança do ministro da Cultura, como Antonio Rizério e Roberto Pinho.

Em 1988, o poeta havia sofrido um enfarto violento que o levaria a mudar de rotina trocando os excessos pelas caminhadas diárias e dieta controlada. Mas, agora, ele não conseguiu vencer o câncer. Waly deixa um filho. Como era de sua vontade, seu corpo será cremado nesta terça-feira, às 9 horas, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.


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