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Por trás dos balangandãs

Simone Mattos - Folha do Paraná
30 jul 2001 às 09:31

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Muitos espetáculos sobre a vida de Carmem Miranda já foram encenados, mas talvez este seja o primeiro que enfoca basicamente os seus sentimentos e emoções. "...uma tal de Carmem", que fará a sua estréia nacional em Curitiba, nesta semana, é o resultado de um profundo trabalho de pesquisa realizado nos Estados Unidos pela atriz e dramaturga curitibana Silvia Chamecki, que interpretará o papel título.

Durante os 16 anos em que viveu e atuou no Canadá, embora tenha realizado importantes trabalhos, Silvia sentiu na pele a frieza e a distância cultural e emocional com as quais os estrangeiros são tratados. Mais que isso, percebeu o quanto os brasileiros são sempre estereotipados no exterior. "Até hoje, eles têm a imagem da mulher brasileira como sendo uma Carmem Miranda", comenta ela.

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A partir destas constatações, a atriz se interessou por estudar o fenômeno Carmem Miranda, cuja imagem se mantém forte até hoje em todo o mundo. "Fui até Los Angeles, onde ela viveu 14 anos e levantei todos os dados e registros sobre sua vida", conta.

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Mas o espetáculo que entra em cartaz nesta semana não é uma simples biografia. "Procuro mostrar apenas as emoções desta mulher que, como eu, viveu tantos anos num auto-exílio", comenta. O resultado é uma peça que focaliza a mulher e não a estrela. "O acento é dado às emoções contraditórias que se escondiam debaixo daquela aparência risonha e espontânea".

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No palco, Silvia mostrará como a fama e a fortuna podem conduzir ao infortúnio, caso a liberdade do artista seja limitada. "Imagine como Carmem Miranda se sentiu ao sair do Brasil cantando samba e acabar tendo que direcionar sua carreira para ritmos como a rumba e a salsa", indaga Silvia. Ela comenta ainda que a artista morreu aos 46 anos de idade, em 1955, vítima de forte depressão.


Embora a montagem não seja uma ficção e contenha dados biográficos reais, Silvia prioriza mesmo as emoções. "Falo da esperança que a pessoa tem antes de partir e do momento em que ela chega no outro país e percebe que todos os seus valores culturais estão anulados".

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Propositalmente, o figurino do espetáculo é simples. Nada de grandes saltos ou vaporosas saias. "Uso uma roupa preta, para que se sobressaiam unicamente as emoções dela", explica. Apenas um turbante e uma sandália auxiliam na produção.


A direção do espetáculo é de Dnize Castro, a produção de Simone Doege, o cenário de Andressa Ferrari, a sonoplastia de Karina Pereira, a caracterização de Lilian Marchioro e a iluminação de Sandro Glodzinski. "Estamos trabalhando com nossos próprios recursos, sem patrocínio ou apoio algum".

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A trajetória artística de Silvia teve início na Curitiba dos anos 60. Ela trabalhou com diretores como Oraci Gemba, José Maria Santos, Cláudio Correa e Castro e Paulo Goulart. Nos anos 70, foi contratada pela Rede Globo do Rio de Janeiro e atuou em novelas como "Dancing Days", "Sinhazinha Flô" e "O Pulo do Gato", além de séries como "Ciranda Cirandinha", "Sítio do Picapau Amarelo" e "Copo de Cristal".


Em 1982, a curitibana partiu para o Canadá, onde viveu nas cidades de Montreal e Toronto e foi sindicalizada como atriz profissional. Lá trabalhou em cinema, televisão, rádio e teatro.

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"No final de 98, de volta a Curitiba, resolvi escrever o texto sobre Carmem Miranda, baseado nos dados que pesquisei e nas emoções que vivi". A primeira versão do espetáculo ficou pronta em 99, foi chamada de "A Traição de Carmem Miranda". Dirigida por Jorge Sada, foi apresentada no pequeno espaço Cena Hum, com ótima aceitação do público.


Uma segunda versão, com o mesmo título, teve direção de Eloá Teixeira e foi apresentada no Mini-Auditório do Teatro Guaíra. A terceira e definitiva montagem, "...uma tal de Carmem", com o aval da diretora Dnize Castro, tem 60 minutos de duração. "Esta é uma visão amadurecida dos outros dois trabalhos", comenta. "Finalmente viverei no palco as emoções sob o ponto de vista da Carmem Miranda, sem ser a estrela, sem cantar e sem dançar", afirma.

Serviço: O espetáculo "...uma tal de Carmem", dirigido por Dnize Castro e interpretado por Silvia Chamecki, fará a sua estréia nos dias 3 e 4 de agosto, às 21 horas, e no domingo, às 19h30, no Teatro Paiol. A temporada no Teatro José Maria Santos acontecerá de 9 a 26 de agosto, de quinta a sábado às 20h30, e aos domingos, às 19 horas.. O preço dos ingressos é R$ 5,00. Maiores informações pelo fone 41-322-7150.


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