Perto de retornar ao futebol brasileiro, o meia Alex concedeu nesta segunda-feira a sua última entrevista coletiva na Turquia. Dispensado do Fenerbahçe há uma semana, depois de oito anos de serviços prestados ao clube, o jogador falou por mais de duas horas, sempre em português, com o auxílio de um tradutor. Ali, explicou sua difícil relação com o presidente Aziz Yidirim e com o técnico Aykut Kocaman.
Em nota oficial divulgada na semana passada, o jogador já havia reclamado que Kocaman o afastou porque estaria se sentindo ameaçado pela sua liderança no vestiário. O meia, então, recorreu ao presidente do clube, que teria minimizado seu afastamento. Em três minutos de conversa, foi dispensado.
Nesta segunda, Alex confirmou o episódio e contou do relacionamento conflituoso que tinha com Yidirim. "Ela às vezes era espetacular, às vezes muito ruim, mas sempre resolvemos as coisas cara a cara, um falando qual era o problema. Nunca ninguém mandou recado para ninguém", disse o meia, lembrando, porém, que foi apoiado em um momento difícil de sua passagem por lá. "Quando eu fui vaiado, ele levantou e me aplaudiu. Esse foi o momento positivo dele a meu favor."
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Ainda mais complicada era a relação com o técnico Kocaman. "Eu aceitava as orientações porque ele era o treinador e eu era o jogador. Mas dificilmente eu saia da sala dele de acordo com o que ele falava. Eu sempre cobrava quando a gente tinha um problema. Você não pode contratar um jogador hoje e três anos depois esse jogador estar jogando pior. Várias vezes ele disse que concordava com isso, mas que aqui era a Turquia e a Turquia era assim. Foi a hora que eu comecei a questionar se valeria a pena continuar."
Alex revelou que não gostava de uma atitude em especial do treinador: "Uma coisa que me deixava chateado demais é a maneira de não comemorar os gols. Fazia um gol decisivo, via pela televisão depois e o treinador não comemorar o gol me deixava bastante chateado", lamentou o meia.
Autor de 185 gols e 162 assistências em oito anos, o meia chegou a ser homenageado com uma estátua gigante na frente do estádio, no dia 15 do mês passado, por conta de suas contribuições ao clube. Por isso, ainda quer ser homenageado com um jogo de despedida. Depois do dia 20 de outubro, ele volta ao Brasil, já pensando em fechar com um time para 2013.