Uma semana depois de ser suspensa da seleção norte-americana, a goleira Hope Solo anunciou que resolveu deixar o Seattle Reign, time que vinha defendendo na liga feminina nacional de futebol (NWSL, na sigla em inglês). Alvo de polêmica antes e durante os Jogos Olímpicos do Rio, a jogadora levou um gancho de seis meses da equipe nacional do seu país após ter chamado as jogadoras da Suécia de "covardes" depois da eliminação nas quartas de final do torneio olímpico.
Abatida pela punição, Solo chegou a chorar ao comentar a decisão tomada contra ela e agora confirmou que ficará fora dos últimos quarto jogos da temporada regular da NWSL. Assim, a jogadora que é considerada uma das melhores goleiras do mundo deixou o seu time enquanto o mesmo luta para se classificar à próxima fase da competição.
Solo usou a sua página no Twitter para comunicar a sua saída do Seattle Reign e logo em sua primeira frase desta nova publicação na rede social ela voltou a lembrar sobre a decepção de ter sido suspensa pela seleção do seus país.
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"Chegar a um acordo com o fato de que foi demitida da seleção feminina dos Estados Unidos depois de 17 anos de serviços prestados tem sido devastador", reconheceu a goleira, ao falar para os seus mais de 1,1 milhão de seguidores no Twitter, no qual depois enfatizou: "Após cuidadosa consideração, decidi terminar minha temporada com o Seattle Reign, uma organização para a qual eu amo jogar. Mentalmente, eu não estou lá ainda".
Já na semana passada a goleira havia solicitado a sua liberação do time, cuja técnica, Laura Harvey, lamentou a decisão da atleta, mas disse "entender e respeitar" a mesma. E Solo afirmou que ficou ainda mais convicta de sua decisão de deixar o Seattle Reign após ver a sua substituta no gol, Haley Kopmeyer, atuar "tão bem" na última partida da equipe, contra o Portland Thorns, do qual a titular da posição já ficou fora.
Antes de levar uma suspensão da seleção dos Estados Unidos e agora deixar o seu clube, Solo acabou caindo junto com a equipe nacional nas quartas de final da Olimpíada do Rio, onde as atuais campeãs mundiais era as favoritas a voltar a conquistar um ouro no futebol feminino. No caso, as norte-americanas empataram com a Suécia por 1 a 1 no tempo normal e, após nova igualdade na prorrogação, caíram nos pênaltis por 4 a 3. Com a queda nas quartas, elas nem brigaram nem sequer pelo bronze.
Irritada com a eliminação, a goleira, ao sair do gramado, criticou a retranca da Suécia durante a partida. A jogadora chamou as suecas de "bando de covardes" por causa da postura defensiva ao longo do jogo. A Suécia, que derrotou o Brasil nas semifinais, também nos pênaltis, veio a ficar com a medalha de prata no torneio ao cair diante da Alemanha na final.
"Os comentários de Hope Solo depois do jogo contra a Suécia durante a Olimpíada são inaceitáveis e não são coerentes com o padrão de conduta que requisitamos das jogadoras da seleção nacional", disse o presidente da federação norte-americana de futebol, Sunil Gulati, ao justificar a suspensão da goleira.
Suspensa até o fim de fevereiro do próximo ano, Solo já havia sofrido suspensão de 30 dias em 2015. Na Olimpíada, chamou atenção antes mesmo do início da competição quando postou fotos nas redes sociais em que aparecia mostrando uma tela de proteção contra mosquitos e repelentes para evitar riscos de contaminação pelo vírus da zika no Rio de Janeiro.
As publicações geraram rápida repercussão na internet e polêmica entre brasileiros e estrangeiros. Como resposta, Hope Solo recebeu vaias da torcida da casa em quase todos os jogos dos Estados Unidos na Olimpíada e ainda ouvia torcedores gritarem "zika" toda vez que batia tiro de meta.