Começos semelhantes, situações opostas. Os técnicos do Atlético, Flávio Lopes e do Paraná, Paulo Bonamigo, passam por momentos totalmente diferentes em suas carreiras. Enquanto Bonamigo tirou o Paraná da crise no Estadual e foi aclamado pela imprensa esportiva como o melhor técnico de 2001, Flávio Lopes enfrenta pressões da torcida para deixar o cargo, e teve que receber o apoio dos dirigentes para manter-se à frente do Atlético.
Coincidentemente, o dois treinadores assumiram seus clubes na última semana de março, e derrotaram o mesmo adversário: o Rio Branco, de Paranaguá. Daí em diante, as histórias de Lopes e Bonamigo tomam rumos diferentes.
O técnico tricolor encontrou uma equipe que havia sido eliminada da Copa do Brasil e enfrentava dificuldades no Paranaense. Implementando um sistema 4-4-2 simples, e uma filosofia que ele qualifica como "ofensiva e guerreira", Bonamigo conseguiu classificar o Paraná para as fases finais do Estadual.
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Apesar do feito que era considerado difícil, os números mostram que o desempenho do Paraná Clube não melhorou significativamente após a entrada de Bonamigo. Nas partidas já disputadas no Estadual sob o comando do técnico gaúcho, a média de gols teve apenas uma ligeira melhora: de 2 gols por jogo, a média elevou-se para 2,2. A defesa, que sofria uma média de 1,3 por jogo, também não apresentou melhoras significativas: atualmente é de 1,1 por partida.
Segundo os jogadores, a verdadeira qualidade do técnico está na sua maneira de trabalho. "O Bonamigo é um técnico inteligente, e muito exigente. Se conseguirmos seguir a proposta de trabalho dele, conseguiremos um vitória nesta decisão", acredita o lateral-direito Leandro Silva.
Já para Flávio Lopes, a falta de vitórias está sendo a maior fonte de preocupação. Com a torcida rubro-negra acostumada com os triunfos da fase classificatória, os jogos decisivos do Estadual estão sendo duros para o técnico atleticano: nas últimas seis partidas decisivas, o time venceu apenas uma, contra o Malutrom, por 4 a 3.
A pressão da torcida, que exigiu a saída do técnico após a segunda partida da final, também vem pela falta de gols. O artilheiro do time, Kléber, não balança as redes há cinco jogos. A média de gols do Atlético no Estadual também caiu drasticamente sob o comando de Flávio Lopes: apenas 2 por jogo, contra 3,44 na época de Paulo César Carpegiani.
Apesar das pressões da torcida, o diretor de futebol do Atlético, Walmor Zimmermann, assegurou que Flávio Lopes será mantido no cargo pelo menos até domingo, quando acontecerá a partida decisiva do Paranaense. Daí em diante, o dirigente desconversa. "Para o segundo semestre, ainda não há nada definido. Só decidiremos isso após o título", afirma.