O presidente da Fifa, Joseph Blatter, suavizou sua postura após defender que clubes devem ser rebaixados em casos de abusos raciais e declarou que a situação poderia levar torcedores a provocar incidentes deliberadamente. Blatter declarou nesta sexta-feira que a sanção de rebaixar um time "não é uma solução simples". "Isso vai levar pessoas a irem aos estádios querendo parar o jogo intencionalmente", disse, em um evento patrocinado pela Fifa sobre ética no esporte.
Em janeiro, Blatter discutiu sanções para casos de racismo em uma entrevista para o site da Fifa. "O melhor seria a dedução de pontos e o rebaixamento de uma equipe, porque o clube é responsável por seus espectadores".
Em seu discurso nesta sexta, ele insistiu que "sanções drásticas" são necessárias, mas questionou o quão longe as autoridades do futebol podem ir para deter o racismo. "Temos que fazer alguma coisa", disse Blatter a jornalistas. "Mas o perigo é se dizemos que o jogo será repetido, ou haverá uma dedução de pontos, ou o que quer que seja, isso pode abrir as portas para grupos de, vamos dizer, torcedores ruins criarem esses problemas".
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Blatter nomeou Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da Fifa, para liderar uma força-tarefa que estuda a discriminação no campo e nos estádios, e, eventualmente, pode propor um código de punições. Webb deve apresentar um relatório para os 209 países-membros da Fifa no congresso da entidade, em 31 de maio.
A força-tarefa inclui o ganês Kevin-Prince Boateng, do Milan, que alimentou o debate sobre como lidar com o racismo no futebol ao liderar o abandono da sua equipe de um amistoso contra um time da quarta divisão italiana após ser alvo de insultos.
Blatter, que se reuniu com Boateng, em Zurique, no mês passado, depois que o jogador participou de um painel da ONU sobre racismo em Genebra, disse que o sindicato dos atletas, o FIFPro, pediu a aplicação de punições uniformes em todo o mundo. "Deve ser o mesmo padrão, haverá uma resolução para o congresso", afirmou Blatter.